A fala de Paulo Guedes, ministro da Economia, sobre o fim dos reajustes salariais repercutiu negativamente em entidades de servidores federais. Os sindicalistas avaliam que a manifestação do governo colocou ponto final na luta das categorias. Isso porque, com o prazo apertado, ainda que o trabalho de convencimento do governo seja intensificado, não haveria tempo hábil para a elaboração, envio e aprovação de um projeto de lei que garantisse eventual aumento.
“Greve a partir de agora seria uma greve política para desgastar o governo. Levar a categoria para uma greve política com possibilidade de corte de ponto, seria ruim”, avaliou o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (FONACATE), Rudinei Marques.
Nesta semana, os servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) decidiram encerrar a greve iniciada em maio. As duas categorias têm o mesmo sindicato: o Unacon. O presidente da entidade, Bráulio Cerqueira, justifica o fim da greve: “O calendário eleitoral, por uma imposição legal, agora trava a recomposição das perdas para os 1,2 milhão de servidores civis federais, por isso suspendemos a greve. Mas a pauta e a mobilização da carreira de Finanças e Controle permanecem”, declarou.
Contudo, ainda existem algumas categorias que seguem mobilizadas. É o caso dos servidores do Banco Central. Também há um protesto geral previsto para o dia 14 de junho, em Brasília. Nas instituições de ensino federais ainda há focos de paralisações, como na Universidade Federal do Pará (UFPA), em que professores deflagraram greve no início da semana. Segundo David Lobão, diretor do Fórum das Entidades dos Servidores, a ideia é fazer a paralisação crescer até o fim do mês.