A oposição quer que o governo Jair Bolsonaro se desgaste, mas não sofra impeachment. Com 2022 se aproximando, o interesse eleitoral e político sobre os desfechos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia ganha corpo.
As recentes denúncias do deputado Luis Miranda (DEM-DF) sobre um suposto esquema de corrupção envolvendo a aquisição de vacinas por parte do governo Federal, por exemplo, fizeram com que a oposição se abastecesse com críticas contra o presidente Jair Bolsonaro.
A tendência é que as investigações da CPI continuem causando calor político e, por consequência, desgaste do governo Bolsonaro.
Todavia resta saber qual será a proporção do impacto. Tudo depende do aparecimento de novas denúncias e se haverá prova do envolvimento do presidente Jair Bolsonaro em atos de corrupção.
As denúncias apresentadas, caso comprovadas, podem resultar em graves consequências. Se ficar claro de que havia intenção de compra e não foi comprado, o resultado será um alongamento do debate cujo efeito resultará em combustível para um pedido de impeachment. O desfecho, entretanto, tende a não ser prático (e, por isso, não causar um impeachment). A oposição quer que o governo sangre, mas não saia. Uma eventual saída de Bolsonaro poderia prejudicar um cenário polarizado nas próximas eleições.