O potencial eleitoral da PEC dos Benefícios – Análise

(Brasília - DF, 06/06/2022) Coletiva à imprensa sobre a PLP 18/2022. Foto: Alan Santos/PR

A PEC dos Benefícios tem potencial para melhorar a avaliação do governo e as intenções de voto no presidente Jair Bolsonaro (PL). Quando o auxílio emergencial foi criado, em abril de 2020, a avaliação positiva (“ótimo/bom”) do governo registrou um crescimento de até 10 pontos percentuais. O auxílio também levou Bolsonaro a subir nas pesquisas de intenção de voto.

Conforme se observa na pesquisa Ipespe (a seguir) realizada em 2020, quatro meses após a criação do auxílio de R$ 600, o índice “ótimo/bom” subiu 10 pontos.

Na pesquisa Datafolha (a seguir), realizada também em 2020, verificou-se igualmente melhora na popularidade do governo. Após a distribuição do auxílio, Bolsonaro atingiu sua melhor avaliação até agora.

Houve crescimento ainda nas intenções de voto de Jair Bolsonaro após o auxílio emergencial. Em abril de 2020, o Ipespe apontou que o presidente detinha 22% das intenções de voto. Na oportunidade, o ex-presidente Lula (PT) contava com 21%. A primeira pesquisa após o pagamento do auxílio, em março de 2021, trazia Jair Bolsonaro com 27%, enquanto Lula somava 25%.

Assim, é possível projetar que Bolsonaro deverá crescer nas pesquisas, já que a PEC dos Benefícios, além da elevação do valor de R$ 400 para R$ 600 do Auxílio Brasil, prevê outros benefícios, por exemplo, o voucher para caminhoneiros no valor de R$ 1.000, o transporte coletivo gratuito para idosos, o auxílio para taxistas e a ampliação do vale-gás.

Importante ponderar, porém, que a inflação este ano será superior à registrada em 2020, o que poderá reduzir o impacto eleitoral das medidas. Em 2020, a inflação anual foi de 4,52%. Em abril daquele ano, quando foi criado o auxílio emergencial, tínhamos uma deflação (-0,31%). Em agosto, quando o auxílio foi sentido no bolso dos brasileiros, o IPCA atingia 0,24%.

De acordo com o IBGE, em junho deste ano a inflação foi de 0,67%. A acumulada é de 5,49%. Em 12 meses, o índice atingiu 11,89%. Apesar de a inflação ter subido, caso Jair Bolsonaro cresça em torno de 5 pontos percentuais, sua intenção de voto se aproximaria dos 40%, acirrando a disputa com Lula.

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