O arco de alianças de Doria e Garcia – por Carlos Borenstein

Rodrigo Garcia em reunião com João Doria. Foto: Governo do Estado de São Paulo

O vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) já garantiu o apoio da União Brasil, partido que nascerá da fusão entre PSL e DEM, para a disputa deste ano ao Palácio dos Bandeirantes. Além da União Brasil, Garcia também deseja atrair o MDB e Cidadania, além do PP, que embora nacionalmente seja um aliado do governo Jair Bolsonaro (PL), integra a base aliada do governo João Doria (PSDB) em São Paulo (SP).

Doria, que se desincompatibiliza do cargo em abril para ser o candidato do PSDB à Presidência da República, está de olho na articulação da aliança de Garcia. Além da União Brasil, o governador também quer atrair o MDB e Cidadania para sua coligação. O objetivo de João Doria é, a partir de uma eventual coligação com a União Brasil, MDB e Cidadania, isolar o ex-ministro Sergio Moro (Podemos) no que diz respeito a possíveis aliados.

Nacionalmente, a União Brasil não tem pré-candidato ao Palácio do Planalto desde que o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta recuou em sua decisão de ser candidato. O partido, cobiçado pelo seu tempo de TV e recursos do fundo partidário e eleitoral, poderá estar formalmente na aliança de Doria ou Moro. O MDB, por sua vez, lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet, enquanto o Cidadania tem o senador Alessandro Vieira como pré-candidato ao Planalto.

A estratégia de Doria é buscar uma aproximação com a União Brasil, MDB e Cidadania utilizando sua própria sucessão dentro dessa negociação nacional.

Ainda é cedo para saber se João Doria terá sucesso em sua estratégia. Mesmo que esses três partidos apoiem Rodrigo Garcia em SP, a adesão formal a uma aliança nacional com o PSDB dependerá do desempenho de Doria nas pesquisas.

Hoje, Doria é menos competitivo que Sergio Moro. O governador sequer atinge 5% das intenções de voto nas pesquisas que vêm sendo divulgadas. Mais do que isso, Doria está atrás do ex-presidente Lula (PT), do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de Moro em SP, principalmente reduto eleitoral do PSDB no país e onde Doria é mais conhecido.

Neste cenário, o eventual apoio formal da União Brasil, MDB e Cidadania e João Doria parece improvável, principalmente se Sergio Moro continuar sendo eleitoralmente mais viável.

Outra possibilidade que está no horizonte e que não deve ser totalmente descartada é uma eventual aliança entre João Doria e Sergio Moro. Essa eventual composição teria o poder de unir a centro-direita liberal não bolsonarista. Porém, por ora, tanto Doria quanto Moro rejeitam abrir mão da cabeça-de-chapa, o que dificulta a composição.

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