A Caixa Econômica suspendeu ontem, quinta-feira, a modalidade de empréstimo consignado aos beneficiários do programa social Auxílio Brasil, agora denominado Bolsa Família pelo governo Lula.
A presidente da Caixa, Rita Serrano, afirmou que adotou a medida e que a instituição não tem como bancar prováveis perdas decorrentes da inadimplência com essa modalidade de crédito, criada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha pela reeleição, no ano passado.
“O banco não tem como arcar com isso”, disse Rita Serrano. “Decidimos suspender essa modalidade por dois motivos. O primeiro é que o governo está revendo o cadastro. Então, não seria de bom tom manter. O segundo é que os juros são muito elevados para essa parcela da população” (pessoas que recebem o auxílio do programa social do governo).
A nova presidente da Caixa tomou posse nesta quinta, em evento que contou com a presença do presidente da República, de sua mulher, Rosângela Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Em entrevista Rita Serrano declarou que a Caixa e o Banco do Brasil devem ser o motor do novo programa de renegociação de dívidas, uma promessa do presidente Lula durante a campanha. Para ele, as condições do programa estão sendo definidas pela equipe econômica e os presidentes dos bancos públicos. “Deve ser lançado em fevereiro”, disse.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que esse programa deve ser finalizado logo após seu retorno da viagem à Suíça, onde ele participa do Fórum Econômico Mundial, na próxima semana.
A presidente da Caixa afirmou também que pretende renegociar com o TCU mais prazo para devolução de R$ 20 bilhões em recursos transferidos à Caixa, pelo Tesouro, para investimentos.
“O TCU determinou a devolução em cinco anos. O conselho aprovou e eu votei para que esse pagamento fosse feito em sete ou oito anos. Nos próximos dias vou ao TCU tentar mais prazo, oito anos. É demais para o banco devolver R$ 5 bilhões, em média, por ano”.