Ainda que não tenha deixado de lado a defesa do tratamento precoce e tenha alardeado uma ameaça comunista, o discurso de Jair Bolsonaro na abertura da assembleia-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) teve, em sua grande parte, um destinatário bem definido: o investidor estrangeiro.
Logo no começo da fala, o presidente fez questão de enfatizar os avanços em relação à iniciativa privada e oportunidades de investimento. “O Brasil possui o maior programa de parceria de investimentos com a iniciativa privada de sua história. Programa que já é uma realidade e está em franca execução. Até aqui, foram contratados US$ 100 bilhões de novos investimentos e arrecadados US$ 23 bilhões em outorgas”, disse.
Bolsonaro também destacou a série de leilões de infraestrutura realizados nos últimos anos, lembrando que 34 aeroportos e 29 terminais portuários já foram leiloados a empresas privadas. “Já são mais de US$ 6 bilhões em contratos privados para novas ferrovias. Introduzimos o sistema de autorizações ferroviárias, o que aproxima nosso modelo ao americano. Em poucos dias, recebemos 14 requerimentos de autorizações para novas ferrovias com quase US$ 15 bilhões de investimentos privados”, acrescentou.
Bolsonaro também lembrou dos recentes leilões na área de saneamento básico e da implementação da tecnologia 5G no Brasil.
O discurso também foi marcado por temas que geraram críticas recentes da comunidade internacional e que deixam em alerta o investidor externo. O principal deles é o meio-ambiente. Bolsonaro defendeu que o Brasil se esforça para diminuir o desmatamento argumentou que a legislação ambiental do país é a mais completa do mundo.
“Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% do desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior. Qual país do mundo tem uma política de preservação ambiental como a nossa? Os senhores estão convidados a visitar a nossa Amazônia”, declarou.