Ao ser diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral ontem, segunda-feira (12), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que os tribunais TSE e o STJ tiveram “coragem” ao enfrentar “ofensas, ameaças e agressões“.
“Cumprimento cada ministro e cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis”. Durante o discurso, Lula chorou e disse que “o povo reconquistou direito de viver em democracia”.
O discurso teve ataques velados ao presidente Jair Bolsonaro, que terminou a corrida eleitoral em segundo lugar na decisão do segundo turno, em 30 de outubro. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, afirmou que a diplomação do presidente eleito “atesta a vitória plena e incontestável da democracia e do Estado de Direito”.
Em um discurso com recados indiretos ao presidente Jair Bolsonaro e aos seus apoiadores, Moraes também afirmou que os responsáveis por “ataques antidemocráticos” serão “integralmente responsabilizados, para que isso não retorne nas próximas eleições”. De acordo com o ministro, a Justiça Eleitoral se preparou contra “covardes ataques” aos seus membros e ao próprio Poder Judiciário.
A partir das 19h de ontem, segunda-feira, tiveram início manifestações próximas ao hotel onde Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin estão hospedados. O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal e a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal cercaram o local. O estopim do tumulto foi a prisão temporária, por dez dias, do líder indígena José Acácio Serere Xavante, apoiador de Bolsonaro.
A ordem foi decretada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, a pedido da Procuradoria-geral da República. No pedido, a procuradoria afirma que há indícios de crimes e manifestações antidemocráticas em vários pontos da capital federal insuflados por Serere Xavante, como o Aeroporto Internacional de Brasília, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao prédio do Congresso.
O senador eleito pelo Maranhão, e futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva não foi exposto a riscos durante atos de vandalismo. “Em nenhum momento o presidente Lula foi exposto a qualquer risco. Está em absoluta segurança e assim prosseguirá até a posse e ao pleno exercício de suas funções”, afirmou Dino.
“Estamos trabalhando há algumas semanas em parceria com o governo do Distrito Federal, visando garantir a máxima proteção da ordem pública. O trabalho conjunto está apto a garantir a segurança do presidente e a ordem pública na capital do país”.