O ministro do STF, Alexandre de Morais, determinou o afastamento do cargo do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), por 90 dias, horas depois da invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do STF.
Uma semana após o novo governo tomar posse, grupos de seguidores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro marcharam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília até a Praça dos Três Poderes. Eles invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o prédio do Supremo Tribunal Federal.
Policiais foram agredidos e reagiram com bombas de gás, spray pimenta e cavalaria. Antes, houve cenas de leniência de PMS, que tiraram fotos com manifestantes. Lula, que se encontrava em Araraquara (SP), decretou intervenção na segurança pública do Distrito Federal, até o fim deste mês.
O Exército pôs 2,5 mil homens de prontidão. A Advocacia-geral da União pediu ao STF a prisão de Anderson Torres, secretário da Segurança do DF, que foi demitido do cargo. Anderson Torres, que foi ministro da Justiça de Bolsonaro, havia assumir a secretaria de Segurança do DF, mas havia viajado para Orlando, na Flórida (EUA), onde o ex-presidente se encontra.
Sem atuação ostensiva da Polícia Militar, os manifestantes pediram intervenção militar e a prisão de Lula. A mobilização começou por volta das 14 horas e tinha por objetivo levar o caos para uma tomada de poder. O grupo desceu pelo Eixo Monumental, furou, sem resistência, o bloqueio da PM e ocupou gramado, rampas, acessos e o teto do Congresso.
A primeira invasão teve cenas de vandalismo no Senado e na Câmara. Em seguida, a Praça dos Três Poderes foi transformada em campo de batalha. Os radicais tomaram o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. Quebraram vidraças, entraram em gabinetes e depredaram obras de arte.
O presidente Lua visitou o Palácio do Planalto ontem à noite, após retornar de São Paulo, e conferiu de perto os danos causados nas janelas, os móveis arremessados pelo prédio e as fotos arrancadas da galeria dos ex-presidentes. Pelo chão, também era possível ver diversos projéteis de borracha disparados pelos agentes de segurança.
Após inspecionar o Planalto, Lula saiu rumo ao STF, que foi a terceira sede de Poder invadida pelos terroristas. O presidente foi recebido de maneira improvisada, na parte de fora do prédio, pela presidente da Corte, ministra Rosa Weber, com quem conversou por alguns minutos.