Ministro da Defesa disse que comandante do Exército pediu a Lula “crédito de confiança”

O futuro ministro da Defesa, José Múcio, durante anúncio de ministros no CCBB Brasília.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, disse ontem (terça-feira) que o novo comandante do Exército, Tomás Paiva, pediu ao presidente Lula “crédito de confiança” para solucionar a crise entre a Força e o Palácio do Planalto.

Segundo o ministro, Tomás pediu para tomar a frente nas discussões com o Exército sobre a situação do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Estou torcendo para que o general Tomás vá dizer ao presidente que fará aquilo que o presidente deseja que se faça. É muito importante que essa iniciativa seja do Exército”, disse o ministro.

Na reunião com o general Tomás Paiva, o novo chefe do comando do Exército teria convencido Mauro Cid, alvo de investigação no STF, de que o contexto político não era favorável a que ele assumisse o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais, em Goiânia.

Nesse caso, o afastamento seria melhor tanto para o próprio tenente-coronel quanto para o Exército na atual situação de crise. De acordo com militares com conhecimento da conversa, Cid concordou em perder o batalhão e agora aguardará que a Força o designe para outro posto.

Ao não impor resistência, o militar poderá, no futuro, participar de outros processos seletivos paras postos comandos e até mesmo assumir o 1º Batalhão de Goiânia, quando encerradas as investigações em curso. O tenente coronel Mauro Cid é filho do general Mauro Cesar Lourena Cid, que foi colega do ex-presidente Jair Bolsonaro no curso de formação de oficiais do Exército.

Dentro do processo de volta à normalidade, um dos alvos da desconfiança do Palácio do Planalto, o tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora antecipará a sua saída do comando do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP).

Essa mudança estava prevista para o próximo mês, mas deverá ser antecipada para sexta-feira. Ele será substituído pelo tenente-coronel Nélio Moura Bertolino. Paulo Fernandes ocupará função no Estado-Maior do Comando Militar do Planalto.

 

Recursos para investimento

O governo vai usar a estratégia de injetar recursos no orçamento das Forças Armadas, para que essas instituições “voltem à normalidade”, conforme pregou o presidente Lula, durante visita à Argentina nesta semana. O Orçamento do Ministério da Defesa para este ano prevê R$ 8,66 bilhões para investimento (o orçamento total do ministério é de R$ 122,85 bilhões).

A lista de itens para receber investimentos inclui a compra de cinco caças Gripen, a aquisição de 99 blindados e a construção de submarinos. Esses valores e prioridades do Orçamento podem ser alterados ao longo do ano e determinadas áreas receberão recursos adicionais.

Na reunião realizada na sexta-feira (20) com os comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica, no Palácio do Planalto, o presidente Lula anunciou a formação de um grupo reunindo os ministros da Defesa, José Múcio, e da Indústria e Comércio, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, para identificar fontes de recursos adicionais para as Forças Armadas.

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