O Ministério da Infraestrutura e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizaram na quarta-feira a construção de mais cinco trechos ferroviários pelo setor privado, conforme o novo marco legal. As novas ferrovias vão se localizar na Bahia, Goiás e Mato Grosso. Com as autorizações da semana passada chegam a 35 os pedidos com sinal verde para início de implantação dos projetos.
São empreendimentos localizados em quinze estados, somando R$ 131,7 bilhões em investimentos. Esses projetos ampliam em 9,6 mil quilômetros a malha ferroviária nacional. As últimas autorizações foram concedidas na quarta-feira aos grupos Cosan (Rumo), Vale (VLI) e Petrocity.
A Rumo foi autorizada a construir dois trechos, um ligando Primavera do Leste a Ribeirão Cascalheira (498 km) e o outro entre Santa Rita do Trivelato e Sinop (250 km), todos eles em Mato Grosso. A Rumo já obteve autorização do governo do estado para estender até Primavera do Leste trilhos que farão conexão com Rondonópolis, no Sul do estado, de onde partem os trens em direção a Santos.
De Sinop partirão os trilhos do projeto da Ferrogrão, que fará a ligação até o porto fluvial de Miritituba, no rio Tapajós no Sul do Pará, hoje um importante polo de escoamento da safra agrícola do centro de Mato Grosso.
A VLI Multimodal obteve autorização para dois trechos: entre Correntina e Arrojolândia (83 km) e de Riachão das Neves a São Desidério (141 km), todos na Bahia. Esses trechos farão conexão com a Ferrovia da Integração Oeste-Leste (Fiol), em direção do porto de Ilhéus, no sul do estado.
O grupo que atua em logística, Petrocity Ferrovias, obteve autorização para implantar um trecho entre Corumbá de Goiás e Anápolis (68 km) em Goiás. Em Anápolis, a nova ferrovia terá conexão com a malha da Norte Sul, pela qual os trens poderão ter acesso aos portos de Santos ou de Itaqui, no Maranhão.
O Ministério da Infraestrutura informou que já foram feitos 95 pedidos para construção de novas ferrovias no país, dentro das regras estabelecidas pelo novo marco legal do setor (Lei 14.273/21, regulamentada pelo Decreto nº 11.245/22). Desses pedidos, 35 já foram autorizados.
Segundo o ministro Marcelo Sampaio, “caso todos os 95 pedidos que recebemos venham a ser liberados, estamos falando em R$ 295 bilhões em investimentos e 23.172 quilômetros de novos trilhos. É a maior transformação do setor nos últimos 100 anos”.