Em reunião com economistas que participam dos grupos da equipe de transição, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva reforçou sua prioridade no novo governo: combater a fome e a pobreza e gerar empregos. A reunião ocorreu a portas fechadas, em Brasília, na terça-feira.
O encontro teve duração de cinco horas, quando Lula ouviu um diagnóstico detalhado de cada um dos presentes sobre a situação do país, perspectivas futuras e possíveis caminhos para o novo governo. Os economistas apresentaram a Lula avaliação ampla do cenário econômico, com os principais desafios e que o governo vai ter que enfrentar e as condições para o Brasil retomar o crescimento.
Mas, o futuro governo vai encontrar a economia dando sinais positivos de reação. A taxa de desemprego no país voltou a cair no trimestre móvel encerrado em outubro. O resultado, abaixo do esperado, refletiu avanço na criação do emprego com carteira assinada e no setor público e queda da informalidade.
Com ajuda da aproximação do fim do ano, tradicionalmente melhor para o mercado, a taxa de desemprego recuou para 8,3%, no trimestre encerrado em outubro, na oitava queda seguida do índice.
Os economistas, no entanto, alertam que, no médio prazo, a tendência é de desaceleração do mercado de trabalho, com alta da população desempregada e queda da mão de obra ocupada, como consequência da política monetária restritiva na economia. O quadro pode ser alterado com a desaceleração da inflação.
Previdência
A reforma da Previdência promovida pelo governo Bolsonaro, completou três anos neste mês e encontra-se na mira da equipe de transição do futuro governo. O grupo de trabalho que cuida do tema elegeu dois pontos para serem revistos: pensão por morte e aposentadoria por invalidez.
Com as mudanças aprovadas há três anos, o valor desses benefícios deixou de ser integral. A ideia em discussão na equipe de transição do presidente eleito em 30 de outubro é mudar as regras de cálculo para aumentar os vencimentos, o que pode reduzir a economia prevista com a reforma nos próximos anos.
O plano prevê que a pensão por morte, hoje equivalente a 50% do valor do benefício mais 10% por dependente, fique entre 70% e 80%. O percentual dos dependentes seria mantido. Além disso, a aposentadoria por invalidez voltaria a ser paga em valor integral.