O grupo de transição de governo começa seus trabalhos amanhã, segundo informou ontem a presidente do PT, Gleisi Hoffman. O ex-governador de São Paulo, eleito vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), será o coordenar a equipe de transição de governo, conforme decisão de Lula, presidente eleito.
Do lado do governo Bolsonaro, o comando da equipe de transição ficará com o Secretário Executivo do Ministério da Economia Marcelo Guaranys e com o Secretário Especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Pedro Colnago Júnior.
A decisão sobre a indicação de Alckmin foi tomada ontem, terça-feira, em reunião em São Paulo, com a presidente do PT, Gleisi Hoffman, presidente do PT, Aloizio Mercadante, responsável por elaborar o seu plano de governo, e integrantes da cúpula do partido.
A equipe de transição será composta de 50 nomes indicados por Lula, misturando quadros de formação técnica e políticos para dialogar com representantes do governo Bolsonaro. O Palácio do Planalto divulga decreto do presidente com os nomes dos integrantes da comissão (do governo que assume e da equipe que sai), com a remuneração de cada função.
Líderes do PT e dos partidos da coligação que elegeu Lula devem compor o grupo. A equipe de transição despachará do prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CNBB), no Setor de Clubes Sul, como ocorrem em transições anteriores.
Antes, estavam cotados para chefiar o grupo Aloizio Mercadante, que coordenou o programa de governo na campanha, e Gleisi Hoffman, que foi a coordenadora-geral. Ambos participam da equipe, mas não dividem o comando com o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
“Nós vamos começar as tratativas na quinta-feira (amanhã)”, informou a presidente do PT. “Nós já estamos pensando, mas na quinta-feira a gente começa a fazer essa composição da equipe de transição”, disse. “Nossa proposta é ir para Brasília, já ter uma reunião presencial com quem for a parte do governo que vai fazer essa transição para que a gente já possa colocar em operação a equipe de transição.”
Em governos anteriores do PT, o coordenador acabou se tornando ministro de peso, como foi o caso de Antonio Palocci em 2002, na primeira eleição de Lula. Ele chefiou o ministério da Fazenda, desde a posse até março de 2006, quando foi substituído pelo presidente do BNDES, Guido Mantega.