O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, criticou a movimentação pelo voto impresso e defendeu o sistema eletrônico brasileiro de votações. Mendes disse que se há tanta desconfiança sobre o atual sistema eletrônico, seria mais coerente defender a volta do sistema em papel manual. Segundo ele, instalar impressoras não resolveria as supostas fraudes apontadas. “Se estamos a falar em fraude no programa, o voto impresso não eliminaria a fraude porque aquilo que é impresso passou pelo programa”, disse durante a live Sistemas de Governo, Crise e Desafios, nesta sexta-feira (30).
Sobre as divergências entre pesquisas eleitorais e o resultado das eleições, Gilmar Mendes afirmou que isso se deve a fenômenos próprios da política, como a influência das redes sociais e as mudanças de opinião no eleitorado. Ele também defendeu que o voto eletrônico é auditável, com a participação de hackers que tentam quebrar a segurança da urna e testes do sistema com o monitoramento dos partidos políticos. Na avaliação do ministro do STF, a polarização em torno da discussão do voto impresso “sugere um segundo propósito que parece não ser recomendável”.
O presidente Jair Bolsonaro admitiu, em live na última quinta-feira (29), que não tem provas que confirmem que as últimas eleições realizadas no Brasil tenham sido fraudadas ou que haja risco de fraude no sistema atual de urnas eletrônicas.
Ao convocar a imprensa, Bolsonaro afirmou que seriam mostradas “provas” das fraudes. No entanto, ao decorrer das duas horas de transmissão, o presidente tratou de diversos temas não relacionados às eleições e apresentou apenas uma série de notícias inverídicas e vídeos que já foram desmentidos diversas vezes por órgãos oficiais.