Equipe do FMI recomentou esforço fiscal “mais ambicioso” do que o proposto pelo arcabouço

Equipe de economistas do FMI esteve no Brasil nos últimos dias e recomendou esforço fiscal “mais ambicioso”, além de elogiar a condução da política monetária pelo Banco Central. A equipe passou pelo Brasil sem que fosse notícia, ao contrário que que ocorria, com muita intensidade, nos anos 80, e posteriormente com menos exposição na mídia.

Em comunicado divulgado ontem, Ana Corbacho, diretora-assistente do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo e liderou a visita ao Brasil, disse que o corpo técnico do FMI recomenda um superávit primário mais ambicioso que o 1% do PIB almejado pela equipe econômica de Fernando Haddad até 2026.

Segundo ela, um esforço fiscal maior posicionaria a “dívida numa trajetória firmemente descendente e, ao mesmo tempo, protegeria os gastos sociais e de investimento, com o apoio de um arcabouço fiscal reforçado. O projeto da nova âncora fiscal, apresentado na segunda-feira à noite pelo relator do projeto na Câmara, deputado Cláudio Cajado (PP-BA), tem inovações, mas para economista ainda traz incertezas sobre o controle de gastos.

O relatório reduziu o número de exceções à regra proposta pelo governo de 13 para 5. E preservou o aumento real (acima da inflação) do salário mínimo mesmo se o governo descumprir a meta fiscal. O Bolsa Família, porém, diferentemente do dito por Cajado na noite de segunda-feira, não está incluído nas exceções.

Petistas acenaram ontem com a promessa de voto favorável ao relatório do arcabouço fiscal apresentado por Cláudio Cajado (PP-BA). A presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o PT não encaminhará emendas à proposta, se houver acordo com os demais partidos.

“Se tiver o acordo entre todos os partidos, é razoável não apresentar emendas ao relatório. O PT não vai faltar ao governo, o PT vai votar com o governo”, disse Gleisi, comprometendo-se a buscar harmonia junto aos “companheiros que ainda têm dúvidas ou críticas”.

O texto final do relatório final foi considerado positivo no Palácio do Planalto e a sinalização é de que a urgência do projeto será aprovada com folga hoje, quarta-feira.

 

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