Parlamentares ligados às reformas estruturantes, como a tributária e a administrativa, avaliam que o ano eleitoral deve deixar os temas em standby por alguns meses. Mas as apostas são de que as propostas têm uma pequena janela de oportunidade para serem aprovadas: o período entre as eleições e a posse dos novos eleitos. É um período em que, independente dos resultados das urnas, as preocupações deixam de ser eleitorais.
Nos corredores do Congresso, a avaliação é de que falta empenho do governo em articular a aprovação o que colabora para o adiamento das votações. À Arko, o relator da reforma administrativa, deputado Arthur Maia (União-BA), acredita que se a PEC fosse pautada agora, sem empenho do Executivo, poderia ser rejeitada. Por isso defende esperar o fim do calendário eleitoral.
“Não existe vontade política do governo de colocar isso em pauta. O presidente da Câmara não tem condição de colocar em pauta sem ter certeza da aprovação. Mas é importante dizer que entre as eleições e o início do próximo mandato, sempre há um momento que é propício para avançar em temas amadurecidos, como esse”, ponderou.
Já o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (PL-TO), compara a tramitação da PEC 110, que discute a reforma tributária, à da reforma da previdência. O tema começou a ser trabalhado no governo Michel Temer, mas só voltou a andar depois de outubro de 2018, quando Jair Bolsonaro já era presidente eleito. A visão, que é compartilhada por outros parlamentares, é que a reforma precisa ser “amaciada” aos poucos para que seja aprovada depois de outubro.