O deputado Neri Geller (PP-MT), que teve seu mandato cassado no mês passado, conseguiu duas decisões favoráveis da Justiça Eleitoral. No domingo, o ministro do TSE, Raul Araújo, garantiu a ele o acesso a recursos do fundo partidário e do fundo eleitoral para sua campanha ao Senado na eleição deste ano. Ontem, segunda-feira, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Mato Grosso aceitou o pedido de registro de sua candidatura.
Neri Geller é um dos aliados do ex-presidente Lula (PT) no agronegócio. Em 2014, no governo Dilma Rousseff (PT) ele ocupou por alguns meses o Ministério da Agricultura, onde já atuava na Secretário Política Agrícola.
Geller é exceção no agronegócio, setor em que há alinhamento maior ao presidente Jair Bolsonaro (PL). No mês passado, o TSE cassou seu mandato de deputado por abuso de poder econômico nas eleições de 2018.
Até o momento, a Câmara ainda não o substituiu por um suplente. Ele foi condenado pela doação de R$ 1,3 milhão para candidatos a deputados estaduais. A decisão foi unânime.
Em razão da decisão do TSE, o Ministério Público Eleitoral pediu ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso que ele tivesse a candidatura rejeitada. A desembargadora eleitoral Clara da Mota Santos Pimenta Alves determinou então a suspensão dos recursos dos fundos partidário e eleitoral, que são financiados com verba pública.
No domingo, o ministro Raul Araújo destacou que o pedido de registro de candidatura ainda não tinha sido analisado pelo TSE. Enquanto isso não ocorre, deveria ser assegurado a ele o direito aos recursos dos fundos.
Ontem, segunda-feira, por quatro votos a três, o TRE de Mato Grosso terminou o julgamento em que aceitou o pedido de registro de candidatura. Parte dos desembargadores levou em conta a decisão de Raul Araújo para votar a favor de Geller.