Com muita incerteza, o Banco Central (BC), por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), inicia a nova rodada negociações para definir a Selic. As expectativas para a taxa de juros em dezembro sofreram uma mudança significativa, de acordo com a última edição do Relatório Focus, publicada nessa segunda-feira (6).
De acordo com o mercado financeiro, a expectativa é que a taxa básica de juros suba para 9,63%, em comparação com os 9,50% previstos na semana anterior. Essa alteração acontece após 15 semanas consecutivas de estabilidade na projeção, que havia sido mantida em 9,00% por quatro semanas anteriores. O anúncio ocorrerá nesta quarta-feira (8). Atualmente, a Selic é de 10,75%.
O que causou essa mudança nas projeções? As recentes declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o mercado de trabalho aquecido e a crescente preocupação com a fragilidade das contas públicas. Além disso, a tragédia decorrente das enchentes no Rio Grande do Sul pode impactar a inflação. Portanto, desencadeando um efeito em cadeia que afeta a taxa de juros.
Essa revisão nas projeções da taxa Selic indica um possível aumento na preocupação com a inflação e a estabilidade econômica do Brasil. Os analistas do mercado financeiro estão ajustando suas expectativas com base nos sinais emitidos pelo Banco Central e nas condições econômicas atuais. Com a elevação da taxa prevista, a tendência é que investidores e consumidores reajam conforme a nova realidade.
Desafios econômicos
O aumento na projeção da taxa de juros para 9,63% sugere uma postura mais cautelosa por parte do Banco Central. Isso reflete o cenário econômico em constante transformação e os desafios que o país enfrenta para manter a estabilidade financeira.
Este deverá ser o quarto corte desde agosto, quando a autoridade monetária interrompeu o ciclo de aperto monetário (juros que desestimulam a economia). Após sucessivas quedas no fim do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, mas essa alta era esperada por economistas.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). Portanto, é referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.
Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo. Além disso, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom se reúne a cada 45 dias para definir a taxa básica de juros. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. Já no segundo, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.