A concessão das BRs-381 e 262 (MG-ES) não tem o mesmo impacto do projeto da Via Dutra, mas trata-se de um trecho com intenso movimento de caminhões e ônibus e cuja tentativa de transferência ao setor privado arrastava-se havia anos.
A BR-381 conecta Belo Horizonte à região conhecida como Vale do Aço, onde operam usinas siderúrgicas e fábricas de celulose e cimento. A rodovia chega a Governador Valadares (MG), na BR-116, funcionando como opção para quem desce para São Paulo saindo de estados do Nordeste. É elevado o número de acidentes nesse trecho.
A rodovia encontra-se em duplicação a cargo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). O futuro concessionário arcará com o término das obras. O Capex estimado para o projeto é de R$ 7,3 bilhões para melhorias e ampliação de capacidade, além de mais R$ 4,7 bilhões para serviços operacionais, ao longo de um contrato de 30 anos prorrogáveis por mais cinco.
A BR-262 começa em um entroncamento com a BR-381, em João Monlevade (MG), e segue em direção a Vitória. O trecho foi oferecido em leilão em 2013, mas não houve interessado. À época, a rodovia encontrava-se em obras também sob a responsabilidade do DNIT.
Para o secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcello Costa, esse complexo de rodovias “é um dos mais importantes eixos de logística de cargas e de transporte de passageiros da região Centro-Sul do país”.
O critério do leilão será o híbrido, com uma disputa por menor tarifa com deságio limitado. O critério de desempate é o do maior valor de outorga, modelo inaugurado no leilão das BRs-153, 080 e 414 (GO-TO), em abril. Haverá inovações, como o desconto para usuários que trafegam diariamente entre municípios vizinhos e o desconto de 5% para veículos que adotam o sistema automático de pagamento.