Ao oferecer desconto de 15,31% na tarifa de pedágio em relação ao sugerido no edital e comprometer-se a pagar R$ 1,77 bilhão pelo valor de outorga, a CCR venceu, na sexta-feira, a disputa pela concessão da BR-116 entre Rio de Janeiro e São Paulo (Via Dutra) e da BR-101 (Rio-Santos) entre Rio e Ubatuba (SP). Concessionária da Dutra desde 1995, a CCR administrará a principal rodovia do país por mais 30 anos.
A EcoRodovias, que propôs desconto de 10,60% na tarifa de pedágio, também concorreu. Dessa vez, porém, a CCR recuperou-se de recentes disputas que perdeu para a concorrente. Foi o caso da Ponte Rio-Niterói, em 2015. A ponte era administrada desde o início de 1995 pela CCR. O contrato encerrou-se e, quando houve novo leilão, a EcoRodovias venceu. As duas empresas ainda participaram, em abril, do leilão pelo trecho da BR-153 entre Anápolis (GO) e Aliança do Tocantins (TO), vencido pela EcoRodovias.
O certame de sexta-feira foi realizado no modelo híbrido, segundo o qual vence quem oferece a maior outorga (dinheiro) à União, combinado com o critério de menor tarifa de pedágio (limitado a um desconto máximo de 15,31%). Nesse formato, o valor de outorga é usado apenas em caso de desempate entre concorrentes, o que não foi necessário.
O edital prevê que será mantida a localização das cinco praças de pedágio da BR-116 e que serão incluídas três na BR-101. Na Via Dutra, elas ficam em: Arujá (SP); Guararema (SP); Jacareí (SP); Moreira César (SP); e Itatiaia (RJ). Na BR-101, ficarão em: Itaguaí (RJ); Mangaratiba (RJ); e Paraty (RJ). A CCR vai construir quatro pontos de parada e descanso de caminhoneiros na Via Dutra e dois na Rio-Santos.
A previsão de investimentos (Capex) na nova concessão é de quase R$ 15 bilhões. Na Via Dutra, a principal obra, a ser executada entre o sexto e o sétimo ano da concessão, será a nova pista na Serra das Araras, com 16,2 quilômetros e quatro faixas. A Via Dutra terá iluminação LED em todo o trajeto, que terá cobrança de pedágio free-flow (o usuário paga pelo trecho percorrido). Motociclistas não pagarão pedágio, conforme decisão do presidente Jair Bolsonaro.