Memorando de entendimento assinado entre a Eletronuclear e a Rosatom permitirá que os russos participem da construção e manutenção de usinas nucleares de grande e pequena potência no Brasil. O ato ocorreu durante a 56ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, em Viena, entre 20 e 22 do mês passado.
Com isso, a Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras para o setor de geração de energia usando urânio como fonte, também poderá adotar seu plano de extensão da vida útil das usinas nucleares em operação no Brasil, Angra 1 e 2 (RJ), além da prorrogação do fornecimento de combustível para essas unidades.
O memorando abre espaço para a cooperação entre as duas empresas para o reprocessamento de materiais nucleares, o fechamento do ciclo do combustível nuclear e a gestão de resíduos radioativos. Também prevê a execução conjunta de projetos de educação e treinamento no segmento nuclear.
O Plano Nacional de Energia (PNE 2050) inclui a possibilidade de o Brasil expandir sua capacidade de geração nuclear em 10 GW até 2050. O país poderá desenvolver novas usinas usando a tecnologia de pequenos reatores modulares (SMRs) a partir de 2030. De olho nessa janela, a Nuclep se prepara para atender às possíveis novas demandas que poderão surgir no Brasil relacionadas a reatores modulares.
Para o diretor da unidade de desenvolvimento e negócios internacionais da Rosatom, Kirill Komarov, “o Brasil é um dos principais parceiros da Rosatom na América Latina em várias áreas, principalmente no campo da medicina nuclear. Estou certo de que a assinatura do memorando nos ajudará a abrir uma nova etapa de fecunda cooperação bilateral, visto que o país tem trilhado um caminho para ampliar a participação da geração nuclear no balanço energético nacional”.
A geração de energia nuclear no país atualmente é de 1,9 gigawatts (GW) de capacidade instalada nas usinas Angra 1 e 2. Encontra-se em construção a usina Angra 3, prevista para entrar em operação em 2026, com potência de 1,4 GW.