Atos terroristas de domingo dão péssima sinalização econômica na avaliação do mercado

Os atos criminosos de domingo que levaram à invasão e depredação dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal dão péssima sinalização para economia, principalmente quando o novo governo dá os primeiros passos para a “arrumação da casa”, como o presidente prometeu.

A instabilidade deve aumentar a percepção de risco dos investidores, com a possibilidade de o acontecido em Brasília alastrar-se para os estados. Nesse ponto, governadores alertaram que estão atentos para não permitir que se repita o acontecido em Brasília há dois dias.

Uma preocupação para os técnicos da área econômica do governo e também para os analistas do mercado financeiro: o da marcha golpista ampliar as dificuldades para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, adotar medidas impopulares. Sobretudo a alta de impostos e de corte de subsídios e renúncias fiscais, além de redução das despesas com a menor execução do Orçamento em 2023.

No entanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende manter o cronograma original e anunciar as primeiras medidas econômicas nesta semana. Haddad discutiu ontem o assunto com a Casa Civil e, segundo interlocutores, a decisão do ministro da Fazenda foi validada por Lula.

O presidente da República quer demonstrar para a sociedade sua determinação de que “o país não pode parar”, apesar dos percalços. O prédio do Ministério da Fazenda também foi atingido pelos atos terroristas de domingo. As duas entradas principais, acessadas pela Esplanada dos Ministérios, foram interditadas.

O ministro e seus auxiliares despacharam normalmente na segunda-feira, mas o ingresso no prédio do ministério foi feito pela garagem. Os atos foram interpretados por investidores estrangeiros como sinal de alerta quanto ao grau de incerteza política que o Brasil enfrenta. O episódio preocupa, mas o que gera incerteza mesmo está relacionado aos rumos que o governo de Lula pode tomar na agenda econômica, sobretudo em seu aspecto fiscal.

Presidentes de companhias de diferentes setores econômicos criticaram a invasão de golpistas aos prédios dos Três Poderes no domingo, em Brasília.

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