A Agência Nacional de Petróleo (ANP) arrecadou R$ 11,14 bilhões na sexta-feira com o leilão de reservas de petróleo nos campos Sépia e Atapu, na área do pré-sal da Bacia de Santos, sob o regime de partilha da produção. Os dois campos eram remanescentes do leilão de oferta da cessão onerosa de 2019.
Sépia foi arrematado pelo consórcio formado por Petrobras, Total Energies, Petronas e QP Brasil. O consórcio ofereceu percentual de excedente em óleo de 37,43%, contra uma proposta sozinha de 30,30% da Petrobras. A estatal, contudo, exerceu seu direito de preferência e ficou com 30% do campo.
De acordo com a legislação em vigor, a Petrobras sempre pode adquirir 30% dos blocos e atuar como operadora nas áreas oferecidas sob o regime de partilha, mesmo que sua proposta não seja vencedora no certame.
No campo de Atapu houve apenas uma oferta, formulada pelo consórcio formado por Petrobras, Shell Brasil e TotalEnergies, com 31,68% de excedente em óleo. Os ágios foram de 149,20%, em Sépia, e de 437,86%, em Atapu.
O principal atrativo do leilão é que se tratava de áreas em desenvolvimento, com reservas de petróleo e gás já confirmadas. O risco exploratório nesse caso era considerado nulo, visto que Atapu já tinha entrado em operação em junho de 2020 e Sépia deve começar a produzir ainda este mês. Os investimentos previstos são de R$ 200 bilhões, segundo o Ministério de Minas e Energia.
“Quero celebrar o aumento do número de participantes no leilão, de captura de empresas e de investimentos. Isso é o prenúncio de que temos muito crescimento pela frente”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, após o evento, realizado no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro.
Do total de R$ 11,14 bilhões de bônus de assinatura, em torno de R$ 7,7 bilhões serão repassados aos estados e municípios. Segundo o Ministério da Economia, a previsão é de que o dinheiro entre no caixa dos governos em abril de 2022.