O novo texto do acordo inclui temas importantes para melhorar o fluxo de comércio entre os dois países, com redução da burocracia e de custos para importação e exportação, cooperação e facilitação de comércio, proteção para investimentos diretos e mais celeridade para venda de bens da agroindústria, além da abertura do mercado em compras governamentais.
Segundo Robson Braga de Andrade, o presidente da CNI, “O histórico da nossa balança nos indica que há potencial para dinamizar o fluxo entre os dois países. É o momento ideal para pensarmos em mais ações conjuntas”. Já no Chile, o presidente da Sociedad de Fomento Fabril (Sofofa), Richard Von Appen, ressalta a importancia do acordo considerando as relações comerciais futuras diante da globalização.
A CNI estima que o acordo abriria mercado de US$ 11 bilhões em compras públicas, considerando todas empresas estatais e ministérios chilenos. Todos os bens e serviços, com exceção de serviços financeiros, poderão ser licitados de acordo com a nova regra. O texto também prevê normas para transparência nas informações de licitações.
Há também uma preocupação com a cooperação e facilitação de investimentos, atualização de barreiras técnicas e reconhecimento de indicações geográficas. Esta última indica o reconhecimento chileno da indicação geográfica (IG) da cachaça brasileira, em troca do reconhecimento da IG do pisco chileno, ação que pode aumentar as exportações da cachaça e aumentar a segurança jurídica para os produtores.
Além disso, o Chile apoia a entrada do Brasil na OCDE. Segundo o ex-ministro de Fazenda do Chile e decano no Instituto de Políticas Públicas da London School of Economics, Andrés Velasco, o momento é propício para que o país forme uma coalizão interna com o objetivo de promover reformas.