Os caminhoneiros externaram na semana passada a situação que enfrentam nas estradas, com fechamento de pontos de serviços para manutenção de seus veículos, como borracharias e oficinas, e dos restaurantes onde fazem refeições. E aproveitaram para retomar o assunto que, sempre que surge uma oportunidade, volta à tona: a suspensão da cobrança de pedágio nas rodovias concedidas.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, já avisou, porém, que não pretende ceder ao pedido, alegando que seria intervenção no contrato assinado com as concessionárias. O movimento dos caminhoneiros ainda se manifesta de forma discreta, mas a intenção dos motoristas é que o governo suspenda a cobrança de pedágio ao menos durante a crise provocada pelo novo coronavírus.
O governo tem atendido a alguns pedidos da categoria, como o fornecimento de máscara e álcool em gel e a inclusão dos motoristas entre os que receberão vacina contra a gripe. Tarcísio de Freitas deixou clara, porém, que sua prioridade é garantir o abastecimento e a logística para a distribuição de insumos para as ações de saúde, como 10 milhões de testes de coronavírus.
Para o presidente do Sindicato de Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (RS), Carlos Alberto Litti Dahmer as concessionárias de rodovias deveriam reduzir o preço do pedágio, “porque a queda no tráfego levará a um menor desgaste do pavimento”. Caso cedesse, o governo teria competência apenas sobre as rodovias federais concedidas, mas as concessionárias podem tomar a iniciativa de reduzir o valor por decisão própria.
Segundo o Ministério da Infraestrutura, os casos pontuais de fechamento de serviços de apoio estão sendo equacionados. Estados estão revendo osdecretos que suspenderam atividades para que serviços considerados essenciais ao setor rodoviário continuem em operação. O entendimento entre o governo e os estados tem garantido o trânsito de mercadorias sem impedimento de passagens nas divisas.