TCU e CGU podem investigar repasse de verbas públicas a hospital ligado à Lira

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

O Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) podem investigar o repasse de verbas públicas feitas para o Hospital Veredas, localizado em Maceió (AL). O pedido de investigação foi protocolado pelo senador Alessandro Vieira (MDB-SE), após denúncia publicada pela revista Piauí no último domingo (02). A reportagem aponta incoerências financeiras e ligações do hospital ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). 

De acordo com a reportagem, o hospital reira recebido 1 bilhão de reais em sete anos, no entanto, se afundou em dívidas e não tem dinheiro para pagar os salários dos colaboradoes. AInda de acordo com a reportagem, o hospital passou a receber quantias consideráveis de verbas públicas a partir de 2016, quando o PP, partido de Arthur Lira, assumiu o controle do Ministério da Saúde. 

De acordo com a apuração, em 2017, o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, destinou 6 milhões para a reforma do hospital. “Depois disso, veio o derrame de dinheiro público, que, só em verba federal, totalizou 287 milhões de reais”, revelou a reportagem. Na reportagem a revista revela ainda, que durante a pandemia o hospital recebeu 60% da verba destinada às instituições públicas e privadas vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS) de Maceió para o enfrentamento da COVID-19, mas atendeu um número pequeno de pacientes com a doença.

Apesar dos repasses, a reportagem aponta que “o hospital acumula dívidas crescentes em todos os setores: tributário, previdenciário e trabalhista. Em valores recentes, passam de R$ 133 milhões.” Devidos os atraso,os funcionários da unidade hospitalar entraram em greve no dia 16 de junho deste ano, reivindicando os salários não pagos há três meses e o pagamento do décimo terceiro do ano passado.

Segundo a reportagem, a diretora financeira da instituição é Pauline Pereira, prima de Lira, e o cargo foi ocupado por um aliado do deputado, Adeilson Loureiro Cavalcante, de 2017 a 2022. A matéria também afirmou que Pauline Pereira ocupa uma das dezesseis cadeiras das do conselho deliberativo do hospital, onde outro primo de Lira, César Lira, tem assento. 

Nos ofícios enviados à CGU e ao TCU, Silveira solicita providências administrativas e a devida apuração dos fatos para preservar o interesse público. O senador pede que os valores obtidos pela instituição sejam ressarcidos aos cofres públicos, além da responsabilização dos agentes dos atos ilícitos. 

“Existem flagrantes indícios de irregularidades que precisam ser melhor apurados, e o Tribunal de Contas da União e a Controladoria-Geral têm papel para isso, uma vez que é verba federal, majoritariamente. Ao mesmo tempo, nós esperamos que depois do resultado desta apuração, que é um escândalo que chama mais atenção, depois dela, se possa estender esse mesmo tipo de auditoria para as outras instituições filantrópicas ao longo do Brasil, uma vez que são verbas bilionárias”, aponta Alessandro Vieira.

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