O presidente eleito pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, chega a Brasília amanhã, segunda-feira (7) para contados com representantes do Legislativo e do Judiciário e conhecer o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) preparado pela equipe de transição, chefiada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin (PDB).
Chamada de “PEC da Transição” a proposta estabelece uma “licença” para o novo governo gastar mais em 2023, com despesas extras fora do teto de gastos (a regra que limita o crescimento das despesas à inflação). Ela nasceu em uma reunião ocorrida na quinta-feira entre o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin e o relator-geral do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI).
Lula vai encontrar-se com o senador na terça-feira. Antes disso, ele terá reuniões com o STF e TSE e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).Ambos buscam pontes com Lula para se reelegerem em fevereiro para mais um mandato à frente das duas casas do Legislativo.
Rodrigo Pacheco recebeu sinais de que o PT não pretende lançar candidato à presidência do Senado. Além disso, o dirigente de seu partido, Gilberto Kassab, negocia levar o PSD para apoio ao governo Lula.
A articulação para aprovação da “PEC da Transição” até meados de dezembro, antes do recesso de fim de ano do Legislativo deu a Arthur Lira poder de influência quanto ao ritmo de análise da matéria.
O presidente da Câmara também já recebeu emissários de Lula, que lhe disseram o mesmo que foi dito a Rodrigo Pacheco: o PT não pretende entrar na disputa pelo comando da Câmara.
A própria presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), tem dito a aliados que o partido não vai apresentar candidato próprio na corrida contra o parlamentar.