O depoimento do tenente-coronel Mauro Cid na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro foi adiado para a próxima terça-feira (11). Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e deve prestar esclarecimentos sobre menssagens econtradas em seu celular sobre o planejamento de um suposto golpe de estado.
O militar está preso desde o dia 3 de Maio de 2023, sob a acusação de fraudar cartões de vacinação. Durante a ação que levou à sua prisão, a Policia Federal também encontrou mensagens no celular de Cid com outros militares que tratavam do possível golpe de estado, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não fosse reeleito. A partir destas informações, os parlamentares requeriram o depoimento de Cid na CPMI.
A oitiva deveria acontecer nesta quarta-feira (04), mas foi adiada por causa da agenda da Câmara desta semana. O presidente da Câmara, Arthur Lira, suspendeu todas as comissões para fazer um esforço concentrado para votar as matérias econômicas. Entre as proposta na pauta de votação estão a Reforma Tributária, o arcabouço fiscal e o PL do Carf.
Como será o depoimento de Cid
Uma decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, determinou que Mauro Cid é obrigado a prestar depoimento na CPMI. Cármen Lúcia tabmém autorizou que Cid compareça ao colegiado acompanhado dos seus advogados. O ex-ajudante de Bolsonaro terá o direito de ficar em silêncio para não responder perguntas que o incriminem.
Para o senador Rogério Carvalho (PT-SE), autor de um dos requerimentos de convocação, há indícios de que Cid participou da articulação de um golpe de estado.
“Mauro Cid teve conversas com outro auxiliar do ex-presidente, Ailton Barros, nas quais houve trama para abolir o Estado Democrático de Direito no Brasil. Na conversa, Ailton afirma que o golpe precisaria da participação do comandante do Exército ou de Jair Bolsonaro, e que o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes deveria ser preso”, diz o senador.
Autor de outro requerimento de convocação, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) afirma que as mensagens mostram que Mauro Cid pode ter envolvimento “com a conspiração que levou aos atos de violência do dia 8 de janeiro de 2023”.