O saldo da janela partidária

Foto: Beto Barata/Agência Senado

Acaba nesta sexta-feira (1º) a janela partidária – o prazo para deputados mudarem de partido sem risco de perder o mandato. 

No saldo das migrações, o grande beneficiado é o PL, como já era esperado em razão da entrada do presidente Jair Bolsonaro na sigla, motivando adesões de aliados. De acordo com último registro da Câmara, o partido sai da janela com 31 novos membros, contabilizando 73 deputados em sua bancada.

Hoje o PL conta com parlamentares bem votados e capazes de puxar votos. Inclusive o deputado federal mais votado do país, Eduardo Bolsonaro  que angariou 1,84 milhão de votos em 2018.

A grande questão se dá quanto à orientação do partido nas votações, uma vez que hoje reúne parlamentares com posicionamentos razoavelmente contraditórios.  

Na mesma proporção em que o PL cresceu, o União Brasil encolheu. A legenda, fruto da recente fusão entre PSL e DEM, estreou na Câmara com  81 deputados e hoje conta com apenas 47 parlamentares na casa. Ainda assim, o União é o partido com maior orçamento para financiamento eleitoral.

Outros partidos que apoiam Bolsonaro também cresceram. Hoje o  PP tem a terceira maior bancada com 50 deputados – seis a menos que o PT. Já o Republicanos, que chegou a ensaiar um rompimento com o governo, voltou a demonstrar apoio depois que Damares Alves e Tarcísio de Freitas ingressaram na sigla.

A insatisfação foi vocalizada pelo presidente da sigla, Marcos Pereira, num momento em que o PL, partido de Jair Bolsonaro, passou a receber um grande número de aliados de Jair Bolsonaro, enquanto o Republicanos quase não recebeu deputados durante a janela partidária. Manter o apoio do partido, ligado à igreja Universal, é fundamental para que Bolsonaro mantenha também o apoio de uma das suas bases mais importantes, a evangélica. Agora o partido conta com 45 deputados.

2018 – 2022 

No pleito de 2018, 30 partidos elegeram representantes para a Câmara dos Deputados. Desde o início da legislatura até o momento, 105 deputados trocaram de partido. 

Em 2019, quando a cláusula de barreira passou a vigorar, houve a incorporação do Partido Republicano Progressista (PRP) ao Patriota; e do Partido Pátria Livre (PPL) ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Três deputados do PRP preferiram outras legendas: PSL, PL e PSD.

Já em 2021, o TSE aprovou o pedido de incorporação do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) ao Podemos (Pode). Três deputados PHS optaram pelo PL, dois pelo PP e um pelo DEM. 

Devido à fusão do DEM com o PSL em 2022 e outras incorporações e trocas de legenda, hoje existem 23 siglas na Câmara.

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