Polarização Russomanno x Covas não é definitiva 

Foto: Governo do Estado/SP e ASCOM Republicanos

A primeira semana de campanha em São Paulo (SP) não alterou o cenário anterior ao início da disputa. O quadro na capital paulista se mantém polarizado entre o deputado federal Celso Russomanno (Republicanos) e o prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB).

Nesta largada da campanha, Guilherme Boulos (PSOL) e o ex-governador Márcio França (PSB) são as opções com maiores possibilidades de quebrarem a polarização inicial entre Russomanno x Covas.

CANDIDATOS

INTENÇÃO DE VOTO (%)

Celso Russomanno (Republicanos)

26

Bruno Covas (PSDB)

21

Guilherme Boulos (PSOL)

8

Márcio França (PSB)

7

Vera Lucia (PSTU)

2

Arthur do Val (Patriota)

1

Andrea Matarazzo (PSD)

1

Joice Hasselmann (PSL)

1

Jilmar Tatto (PT)

1

Antonio Carlos (PCO)

1

Orlando Silva (PCdoB)

1

Marina Helou (Rede)

1

Levy Fidelix (PRTB)

1

Filipe Sabará (Novo)

Não pontuou

Branco/Nulo

20

Indecisos

8

Apesar da distância de Russomanno e Covas para Boulos e Márcio ser expressiva, a campanha ainda está muito início, e temos cerca de 1/3 do eleitorado paulistano “sem candidato” (brancos, nulos e indecisos).

Vale recorder que em 2012 e 2016 o cenário inicial da eleição foi modificado com a campanha. Em 2012, Russomanno largou una frente e acabou ficando fora do segundo turno, que foi disputado entre Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB), e vencido pelo petista.

Cenário similar ocorreu em 2016. A campanha naquele ano também começou com Russomanno na liderança. Novamente, ele sequer chegou ao segundo turno. Com uma grande arrancada nos dez últimos dias, João Doria (PSDB) venceu em primeiro turno. O segundo colocado foi Haddad.

Como Covas (31%) e Russomanno (27%) são os candidatos mais rejeitados e temos ainda muitos votos em disputa, o cenário está em aberto. Vale lembrar que Boulos (17%) e Márcio (13%) possuem rejeição mais baixa.

Pelo fato da campanha ser curta, Covas, que tem máquina na mão e uma grande aliança, tem maiores possibilidades de estar no segundo turno. No entanto, há informações trazidas pelo Ibope que merecem serem lidar com atenções.

Segundo a sondagem, 38% dos paulistanos gostariam que o futuro prefeito seja “alguém de fora da política”. Outros 28% desejam “alguém que não seja o atual prefeito nem alguém que represente o seu governo”. Apenas 23% querem “alguém que seja o atual prefeito ou alguém que represente o seu grupo”.

Em relação aos atributos do novo prefeito, 28% afirmaram que gostariam de alguém que “mudasse totalmente a administração do município”. 37% afirmaram que querem um nome que “mantivesse só alguns programas, mas mudasse muito coisa”. E apenas 12% querem uma “total continuidade à administração atual”.

Conforme podemos observar nessas informações trazidas pelo Ibope, há um desejo significativo de mudança de São Paulo. Ou seja, trata-se de uma conjuntura adversa para Bruno Covas. No entanto, até o momento, nenhuma das opções eleitorais conseguiu capitalizar esse sentimento.

Russomanno, por sua vez, aposta na vinculação com o presidente Jair Bolsonaro para, ao contrário de 2012 e 2016, chegar ao segundo turno. No entanto, há limites para essa estratégia. De acordo com o Ibope, 47% dos paulistanos avaliam o governo Bolsonaro como “ruim/péssimo”. Desse total, 38% consideram a gestão do presidente péssima.

Embora 28% dos paulistanos consideram o governo Bolsonaro como “ótimo/bom”, apenas 11% desse total avaliam o presidente como “ótimo”.

Além disso, como mostrou o debate da última quinta-feira (1) na TV Bandeirantes, Russomanno também será alvo de candidatos que tentam atrair o voto conservador como a deputada federal Joice Hasselmann (PSL) e o deputado estadual Arthur do Val (Patriota). Ao se vincular a Bolsonaro, Russomanno também se tornará um alvo natural de Guilherme Boulos, que baterá no bolsonarismo para tentar seduzir o voto progressista, e também de Márcio França, que sonha com uma das vagas no segundo turno.

Boulos trabalha para conquistar voto de esquerda, atraindo os cerca de 20% a 30% que historicamente votam no PT. Márcio, por sua vez, se posiciona mais ao centro, apostando numa narrativa centrista para ser uma alternativa a Russomanno e Covas.

Embora inicialmente polarizada entre Russomanno x Covas, a disputa na capital paulista está indefinida, pois quando olharmos a pesquisa em detalhes é possível observar um espaço para candidatos que não representam o PSDB nem o bolsonarismo.

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