Mesmo sendo a liderança de maior expressão do PSDB no país, o governador João Doria ainda encontra dificuldades para consolidar internamente essa posição em seu partido. Ao menos por enquanto, o apoio a Doria no ninho tucano não é majoritário.
Além de não ter conseguido viabilizar a expulsão do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), que traz um importante desgaste para a imagem do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), é mencionado internamente como um potencial pré-candidato ao Palácio do Planalto.
Apesar dos obstáculos que Doria enfrenta, aliados do governador de São Paulo apostam que ele conseguirá reverter este cenário nas eleições municipais deste ano. A expectativa é que o PSDB paulista tenha um desempenho eleitoral superior ao do PSDB mineiro e também que o gaúcho.
Outro problema que João Doria enfrenta é em relação ao posicionamento do partido. Após ser o protagonista do “novo PSDB”, posicionamento o partido ao centro, defendendo o liberalismo na economia e se afastando tanto do legado da social-democracia, que marcou os anos FHC, como da pauta conservadora na área dos costumes do governo Jair Bolsonaro, os tucanos carecem de um posicionamento mais bem definido.
Com a polarização bolsonarismo x lulismo tomando conta do país, o espaço ao centro fica bastante restrito, o que poderá dificultar a redefinição liderada por João Doria, impactando seus planos futuros.
Além da questão de posicionamento, Doria precisa ainda conquistar a confiança dos chamados tucanos históricos, que resistem ao governador. Outro desafio é sua atuação à frente do Palácio dos Bandeirantes, pois ter um bom desempenho em São Paulo é decisivo para seu projeto presidencial de 2022.