Ao longo do anúncio de investimentos no Túnel Submerso Santos-Guarujá, no dia 2 de fevereiro, em São Paulo, o presidente Lula (PT) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), fizeram uma série de acenos.
No evento, Lula declarou que Tarcísio terá da Presidência “tudo aquilo que for necessário”. Disse ainda que o ato representa a necessidade de “restaurar a normalidade”. Tarcísio agradeceu pela parceria e afirmou que “o que importa é enxergar o interesse público”. E acrescentou: “Vamos deixar o legado trabalhando juntos.”
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No ato, Lula e Tarcísio foram fotografados se abraçando e sorrindo. A foto foi publicada na página do Instagram da Secretaria de Comunicação (Secom), celebrando a parceria entre o governo federal e o estado paulista.
Apesar de Tarcísio adotar uma postura mais pragmática na relação com Lula, ora dialogando com o presidente, ora fazendo acenos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o encontro entre os dois no evento repercutiu negativamente entre os bolsonaristas. Uma das críticas é de que os gestos em direção a Lula ocorrem em meio a um clima político negativo para Bolsonaro, já que na semana passada o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi alvo de uma operação da Polícia Federal.
Essa não é a primeira vez que Tarcísio é criticado pelo chamado “bolsonarismo raiz”. Quando Tarcísio apoiou a Reforma Tributária, ocorreram divergências públicas entre ele e Jair Bolsonaro. Apesar dessa reação adversa na base bolsonarista, Tarcísio tenta construir, ao acenar para Lula, a narrativa de que é um aliado do bolsonarismo aberto ao diálogo com forças políticas antagônicas.
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O gesto de Lula
Lula, por sua vez, ao acenar para Tarcísio, busca demonstrar também que dialoga com quem pensa diferente. Além disso, o gesto do presidente, ao provocar atritos entre Tarcísio e o bolsonarismo, pode indicar um movimento do presidente justamente para alimentar essas divergências.
Mesmo que Tarcísio tenha perfil político distinto de Bolsonaro, ele depende do apoio do bolsonarismo. Essa situação gera a necessidade de um complexo equilíbrio por parte do governador paulista em sua relação com o presidente Lula.