O pior ficou para trás

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Quando o Congresso Nacional aprovou projeto decretando o estado de calamidade pública no país, em março, projetava-se um cenário catastrófico para a economia brasileira.

A turbulência no campo político contribuiu para aumentar as incertezas de investidores sobre o futuro do país.

Ao que tudo indica, o pior ficou para trás e o cenário extremamente pessimista não se confirmou. Muitos economistas chegaram a projetar quedas no PIB acima de 10%. Na última pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, a previsão era de uma queda menor, de 6,10%. As vendas do comércio varejista subiram 13,9% em maio, em relação a abril, representando a maior alta desde o início da série histórica (2000), segundo o IBGE.

O mercado também tem olhado para os chamados dados de alta frequência, divulgados semanalmente. Há um tráfego maior nas rodovias. Os dados de indicadores de mobilidade urbana do Google, que medem onde as pessoas estão, chegou a identificar uma queda de 30% em escritórios. Está em torno de -10%. A Cielo mede semanalmente o impacto da Covid-19 no varejo. Desde o início do surto do coronavírus, o varejo total no Brasil registrou queda de 27,5%. Na semana de 28 de junho a 4 de julho apresentou a menor queda desde a terceira semana de março: -18,4%.

O Ibovespa subiu no dia 9 de julho 0,88% e rompeu a barreira dos 100 mil, dando continuidade ao ritmo de recuperação da B3, após os impactos causados pela pandemia. Ao encerrar a segunda semana de julho em 100.031,83 pontos, o principal índice da Bolsa brasileira cresceu 57,4% desde que caíra para 63.570 mil pontos, em 23 de março, menor patamar em 2020. A avaliação é de que o momento é favorável para o mercado acionário e que a retomada de níveis pré-Covid-19, por volta dos 120 mil pontos, é questão de tempo. Apesar da melhora de alguns indicadores, o futuro ainda é incerto. Não é possível prever como será a recuperação da economia no país, se em U ou em L. Nossa recuperação dependerá de alguns fatores relevantes.

Em primeiro lugar, da retomada da agenda de reformas. No final de junho, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, mostrava otimismo e afirmava acreditar que a agenda de reformas estruturais encampada pela pasta começaria a ganhar corpo no Congresso a partir de julho. Ainda não aconteceu. O futuro depende ainda de estabilidade institucional. Após momentos conturbados, estamos há algumas semanas com relativa tranquilidade. Importante que esse quadro se mantenha. Por fim, é fundamental que o país reverta o abalo causado em sua imagem entre investidores estrangeiros, em especial na questão do meio ambiente.

Estamos há algumas semanas com relativa tranquilidade. É questão de tempo para que a Bolsa retorne ao patamar pré-pandemia dos 120 mil pontos.

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