Haddad descarta união da esquerda e mira o centro

Palácio dos Bandeirantes. Foto: Governo de São Paulo

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) tem adotado de forma cada vez mais intensa uma postura de pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Na semana passada, chamou atenção a declaração de Haddad, durante o evento no Sindicato dos Hospitais do Estado de São Paulo (Sindhosp), descartando uma união das esquerdas para o primeiro turno da disputa ao governo de São Paulo (SP) em 2022.

Em sua manifestação, Fernando Haddad avaliou que não há espaço para uma campanha conjunta com o pré-candidato do PSOL, Guilherme Boulos, no primeiro turno. “Respeito o Boulos e o PSOL, mas temos programas diferentes. Mesmo quando uma aliança não é possível, se pavimenta o caminho para uma solução boa para o Estado e o para o país no segundo turno”, afirmou Haddad.

A manifestação de Haddad indica que o PT deverá buscar uma composição mais ao centro para a disputa ao Palácio dos Bandeirantes do que unificar a esquerda, ao menos no primeiro turno. Não é por acaso que Haddad tem dialogado com ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo Fernando Haddad, o objetivo das conversas com Alckmin é tratar de “cenários” e discutir, fora do campo da esquerda, um eventual segundo turno em SP no ano que vem.

Guilherme Boulos, por sua vez, pensa a política de alianças de forma diferente do PT. Na última sexta-feira (29), a Folha trouxe a informação que o pré-candidato do PSOL procurou o advogado Silvio Almeida para conversar sobre as eleições do próximo ano no Estado.

No diálogo que tiveram na semana passada, foi cogitada a possibilidade de uma chapa tendo Guilherme Boulos como candidato a governador e Silvio Almeida como vice. Questionado sobre a possibilidade, Almeida disse que a conversa com Boulos ainda está no estágio inicial, “vestibular”.

A eventual divisão da esquerda em duas candidaturas – Fernando Haddad e Guilherme Boulos – poderá dificultar a ida do PT ou PSOL ao segundo turno. Além do espaço para o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) crescer a partir do momento em que se tornar mais conhecido – o governo João Doria (PSDB) tem uma avaliação positiva em torno de 30% – Geraldo Alckmin, caso seja candidato, tende a estar no segundo turno.

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