Evangélicos na mira – Análise

Presidente da República Jair Bolsonaro e a Primeira Dama, Senhora Michelle Bolsonaro, recebem do Pastor Jonatas Câmara, a Bíblia Sagrada. Foto: Carolina Antunes/PR

Nas eleições de 2018, o voto evangélico foi um dos fatores determinantes para a vitória do presidente Jair Bolsonaro. Segundo pesquisa Datafolha de 4 de outubro de 2018, 48% dos evangélicos declaravam voto no então candidato do PSL. O percentual representou o dobro do segundo colocado na preferência dos evangélicos, Fernando Haddad (PT), que obteve apenas 18%.

De acordo com pesquisa do PoderData divulgada na semana passada, Bolsonaro continua liderando entre os evangélicos. Entretanto, hoje, Bolsonaro venceria Lula por 44% a 32%. Ou seja, a distância do presidente para o candidato do PT, que em 2018 era de 30 pontos percentuais, caiu para apenas 12 pontos.

Atento à perda de terreno em um importante segmento de sua base social, Bolsonaro prepara um encontro com as principais lideranças das igrejas evangélicas, além de parlamentares da poderosa “bancada evangélica”.

Segundo reportagem do jornal O Globo publicada na última sexta-feira (18), Bolsonaro deve receber cerca de 60 bispos e mais de 100 parlamentares esta semana.

Estão segundo aguardadas lideranças importantes do meio, como o deputado federal Marco Feliciano (PL-SP), da Catedral Avivamento, e Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. Além deles, também deverão marcar presença: o bipo Robson Rodovalho (Sara Nossa Terra); os apóstolos Estevam Hernandes (Renascer em Cristo), Renê Terra Nova (Ministério da Restauração de Manaus); Cesar Augusto (Igreja Apostólica Fonte da Vida); e o pastor Cláudio Duarte (Igreja Projeto Recomeçar).

No Palácio do Planalto, há dúvidas quando à postura a ser assumida pelos seguintes líderes: Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus); Manoel Ferreira (Ministério Madureira da Assembleia de Deus); e o missionário R.R. Sores (Igreja Internacional da Graça de Deus).

Nas eleições de 2018, um fator que ajudou Bolsonaro na conquista do voto evangélico foi a aposta na agenda de costumes, que teve forte apelo eleitoral. Embora o presidente deva lançar mão dessa narrativa também este ano como forma de reativar o antipetismo entre os evangélicos, a pauta econômica terá peso maior na campanha. Assim, o impacto menor da agenda de costumes pode pulverizar o voto dos evangélicos. No entanto, Bolsonaro ainda é o candidato preferido entre eles. Não à toa ele busca ampliar a vantagem que possui nesse segmento do eleitorado, a partir de encontros com líderes religiosos e com a bancada evangélica.

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