O governo de João Doria (PSDB) passará por testes na Assembleia Legislativa, onde está prevista a instalação de quatro CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) propostas pelo PT, principal partido de oposição. Duas delas tratarão de temas sensíveis aos tucanos. A da Dersa, estatal paulista de rodovias repleta de suspeitas de irregularidades, e a dos benefícios fiscais que o governo concedeu na última década, frequentemente questionados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Mesmo que acabem sem consequências práticas, as comissões muitas vezes são usadas para desgastes políticos e exposição de eventuais irregularidades.
A última CPI de autoria de petistas foi concluída em março de 2015 e não era direcionada ao governo – tratava de trotes nas universidades.
Segundo o regimento da Assembleia, as CPIs são instauradas na ordem em que forem protocoladas, e somente cinco podem funcionar ao mesmo tempo – pode haver uma sexta, se for aprovada em plenário.
As duas CPIs com potencial para desgastar Doria foram requeridas por Beth Sahão (PT), que atualmente não tem mandato de deputada e está na suplência. O partido, no entanto, afirma que os requerimentos estão mantidos e que as CPIs acontecerão.
Além dessas duas CPIs, o PT também propôs investigação sobre a violência cometida contra mulheres no estado e sobre o processo de licenciamento da cava subaquática no estuário entre as cidades de Santos e Cubatão.