A pesquisa realizada pelo Datafolha na semana passada apontou que o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) lidera a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e tem uma vaga bem encaminhada no segundo turno. O adversário de Haddad deve sair do embate entre o ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o governador de São Paulo (SP) e candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB).
Como a disputa entre Tarcísio e Garcia deve ser acirrada, a tendência é que Haddad termine o primeiro turno na frente, independente de quem venha a ser seu adversário no segundo turno.
Caso esse prognóstico se confirme em outubro, Tarcísio de Freitas ou Rodrigo Garcia teriam que realizar uma “virada” no segundo turno para evitar a vitória de Fernando Haddad. A partir desse prognóstico, é importante observarmos como foram as disputas de segundo turno no estado desde 1990, a primeira disputa para governador que tivemos dois turnos.
Nas últimas oito disputas ao Palácio dos Bandeirantes, tivemos cinco segundos turnos (1990, 1994, 1998, 2002 e 2018). Em duas oportunidades (1990 e 1994), tivemos a chamadas “viradas”, ou seja, o candidato que terminou o primeiro turno em segundo lugar venceu a eleição.
Isso ocorreu com Luiz Antônio Fleury (1990) e Mário Covas (1994). Nos demais segundo turno (1998, 2002 e 2018), o candidato que venceu o primeiro turno, confirmou essa posição no segundo turno (Mário Covas, Geraldo Alckmin e João Doria, respectivamente).
Sobre as disputas de segundo turno, também observa-se que a última vez que tivemos uma “virada” foi no distante ano de 1994.
E nas disputas de 2006, 2010 e 2014, a eleição ao Palácio dos Bandeirantes se definiu em primeiro turno.
ELEIÇÕES | 1º TURNO (%) | 2º TURNO (%) |
1990 | Paulo Maluf (PDS): 43,50
Luiz Antônio Fleury (PMDB): 28,17 Mario Covas (PSDB): 12,12 |
Luiz Antônio Fleury (PMDB): 51,77
Paulo Maluf (PDS): 48,23 |
1994 | Mário Covas (PSDB): 46,84
Francisco Rossi (PDT): 22,23 José Dirceu (PT): 14,86 |
Mário Covas (PSDB): 56,12
Francisco Rossi (PDT): 43,88 |
1998 | Paulo Maluf (PPB): 44,63
Mario Covas (PSDB) – R: 22,95 Marta Suplicy (PT): 22,51 |
Mario Covas (PSDB): 55,37
Paulo Maluf (PPB): 44,63 |
2002 | Geraldo Alckmin (PSDB) – R: 38,28
José Genoino (PT): 32,45 Paulo Maluf (PPB): 21,37 |
Geraldo Alckmin (PSDB): 58,64
José Genoino (PT): 21,37 |
2006 | José Serra (PSDB): 57,93
Aloizio Mercadante (PT): 31,68 Orestes Quércia (PMDB): 4,57 |
Não teve |
2010 | Geraldo Alckmin (PSDB): 50,63
Aloizio Mercadante (PT): 35,23 Celso Russomanno (PP): 5,42 |
Não teve |
2014 | Geraldo Alckmin (PSDB) – R: 57,31
Paulo Skaf (MDB): 21,53 Alexandre Padilha (PT): 18,22 |
Não teve |
2018 | João Doria (PSDB): 31,77
Márcio França (PSB): 21,53 Paulo Skaf (MDB): 21,09 |
João Doria (PSDB): 51,75
Márcio França (PSB): 48,25 |
2022* | Fernando Haddad (PT): 38
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 16 Rodrigo Garcia (PSDB): 11 |
– |
*OBS: Dados da pesquisa Datafolha
R: Disputava à reeleição
Outro fato a ser observado no histórico das eleições em SP é que dois governadores disputaram à reeleição – Mario Covas (1998) e Geraldo Alckmin (2002 e 2014). Ambos foram reeleitos, porém, apenas Covas conseguiu “virar” a eleição no segundo turno, já que Alckmin, nas duas eleições em que foi reeleito, venceu os dois turnos do pleito.