A crise entre o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e a Petrobras perpassa toda legislatura. A alta no preço dos combustíveis se torna mais crítica a medida em que as eleições se aproximam. A pressão parece confundir Bolsonaro que já demitiu três presidentes da estatal e tem conciliado em seu discurso privatização, intervenção e CPI.
Veja o historico:
Roberto Castello Branco, indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, assumiu a presidência da estatal em 2019 e ocupou a posição até 2021 quando Bolsonaro (PL), insatisfeito com os aumentos nos preços dos combustíveis, o demitiu.
Em sequência, apesar da resistência interna, Bolsonaro indicou o General Joaquim Silva e Luna, que permaneceu no cargo até abril de 2022, quando foi demitido por seguir a lógica de mercado para definição dos preços. A saída do General foi anunciada 17 dias depois do aumento de quase 25% no diesel e de quase 19% na gasolina nas refinarias da Petrobras.
José Mauro Ferreira Coelho ocupou a presidência da Petrobras entre abril e junho de 2022 – o segundo menor período de gestão da estatal desde o fim da ditadura militar. A demissão de Coelho foi mais uma resposta do presidente ao elevado preço dos combustíveis.
No final de maio, o Ministério de Minas e Energia (MME) anunciou o nome de Caio Mário Paes de Andrade como novo indicado para assumir o comando da Petrobras. Na última segunda-feira (21), depois de muita pressão de Jair Bolsonaro e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), José Mauro Ferreira Coelho renunciou à presidência da Petrobras. Amanhã (24), o comitê de elegibilidade vai analisar a indicação de Caio.