O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, registra um desempenho positivo na audência pública que começou nessa manhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para explicar as mensagens divulgadas pelo site The Intercept.
Moro foi eficiente na narrativa que as conversas divulgadas pelo site foram obtidas de forma irregular, realizadas feita por um “grupo criminoso” e não por um “adolescente com espinhas”, o que no entendimento do ministro caracteriza um ataque as instituições.
Sobre as conversas, Moro disse que não se lembra da íntegra das mensagens há cerca de dois anos atrás, ressaltando que não há como se certificar da autenticidade do seu conteúdo.
O ministro também foi eficiente na defesa da Lava Jato. Quando questionado a respeito do suposto concluio com o Ministério Público (MP), Moro fez um balanço positivo da operação.
“Foram mais ou menos 90 denúncias apresentadas pelo MP. Dessas 90 denúncias, 45 ações foram sentenciadas. O MP recorreu de 44 dessas 45 sentenças. Se falou muito em conluio. Aqui é um indicativo claro que não existe conluio nenhum, inclusive divergência”, afirmou.
De acordo com Moro, dos 291 acusados pela Lava Jato, 211 foram condenados, o que representa uma absolvição de 21%. No seu entendimento, isso é um indicativo que não há qualquer convergência entre o MP e o juiz ou entre a política e o MP.
O ministro lembrou duas vezes em sua fala o artigo de Matthew Stephenson, professor de Direito da Universidade de Harvard, especialista em corrupção e ex-assessor de um juiz da Suprema Corte norte-americana, intitulado “o incrível escândalos que encolheu”, sobre as revelações do The Intercept.
Até o momento na CCJ, quem mais atacou Sérgio Moro foram os senadores do PT. Porém, a repetição da narrativa sobre a suposta perseguição política ao ex-presidente Lula e a teoria da conspiração não resistiu aos dados apresentados pelo ministro sobre os números da Lava Jato.