Deputado Betinho Gomes (PE), vice-líder do PSDB na Câmara, em entrevista ao Blog da Política Brasileira respondeu sobre a Reforma da Previdência, a convenção do partido e o futuro dos ministros tucanos com o desembarque do governo:
Como o PSDB vê a recusa do governo em negociar propostas do partido para a Reforma da Previdência?
Primeiro, quero dizer que o PSDB não apresentou nenhuma nova proposta. De fato, havia um estudo encomendado pela liderança, mas não foi formalizado. E isso não vai ser determinante para o posicionamento da bancada neste momento da discussão em torno da reforma. O fato concreto é que o governo não tem os votos [necessários para a sua aprovação] e eu percebo que há uma tentativa de transferir ao PSDB a responsabilidade pela falta de votos na Câmara. Isso me parece uma estratégia de comunicação que o governo estabeleceu para nos responsabilizar. Coisa que não é verdade, porque a base aliada não quer votar a reforma.
A convenção do partido esta semana vai mesmo sacramentar a saída do governo?
A convenção do PSDB vai, primeiro, sacramentar a nossa unidade interna. Depois, apresentar, possivelmente, um nome para a disputa em 2018, que deverá ser o do nosso governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. E, naturalmente, dizer que nós vamos continuar ajudando o Brasil a fazer aquilo que é necessário para recuperar a economia. Lembro sempre que o PSDB, estando ou não estando no governo, apoiou as principais pautas que o governo apresentou, que foram fundamentais para a recuperação da economia. Cito a PEC do Teto de Gastos, a Reforma Trabalhista, a TLP para definir a nova taxa de juros do BNDES, a Reforma do Ensino Médio. Enfim, as pautas que aqui foram aprovadas sempre contaram com o apoio de nosso partido.
Confirmada a decisão de desembarcar do governo, haverá algum tipo de sanção para quem não deixar os cargos?
Esse procedimento, o alcance dessa decisão, deverá ser orientado pela Executiva Nacional. Eu acho que já há um movimento claro, no sentido de o partido deixar o governo. Isso não significa dizer que iremos para a oposição. Acho que o partido tem a responsabilidade de ajudar na votação das pautas importantes para o país e vamos construir uma aliança em torno do centro democrático para que a gente possa garantir amplo apoio à candidatura do Geraldo Alckmin. A questão da definição, quem sai ou quem não sai, isso é um critério que a Executiva tem que estabelecer e apresentar aos filiados que fazem parte do governo.