A recente pesquisa realizada pela Genial Quaest lança um desafio ao presidente Lula (PT): fazer com que a avaliação positiva do governo seja maior do que a negativa, dado que isso é relevante para ele cultivar a governabilidade e, ainda, trabalhar sua popularidade no cenário eleitoral.
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Hoje, os números apontam empate técnico (35% x 34%) quando a pergunta é sobre a avaliação geral do governo, enquanto em dezembro do ano passado a vantagem entre um índice e outro era de sete pontos percentuais. O estudo revelou que a gestão petista, ainda que tenha realizado entregas na área econômica, por alguma razão desagradou, praticamente, a todos os segmentos, mas, em especial, evangélicos, jovens e mulheres. Esses dois últimos foram fundamentais para garantir a vitória do então candidato nas eleições de 2022.
Aqui vão algumas variáveis que podem ter contribuído para a mudança no humor do eleitor. A pesquisa chama atenção, por exemplo, para a diferença de 26 pontos percentuais entre a avaliação negativa e a positiva, diagnosticada entre evangélicos. Ainda que nas últimas amostras ela já fosse superior, a distância era de nove pontos percentuais, um terço do registrado agora. O grande salto em somente três meses pode ter relação com a fala, considerada desastrada, em que Lula comparou o que ocorre na Faixa de Gaza com o genocídio praticado por Hitler. Para 60% dos entrevistados, o presidente exagerou, enquanto 28% enxergam diferente.
Outro ponto sensível é a avaliação negativa sobre a economia nos últimos 12 meses. Mesmo que, em tese, o cenário de emprego e renda tenha melhorado, a maioria – 38% frente 26% – considera que a economia piorou. Parte da população pode até reconhecer as realizações na pauta econômica, como a aprovação de leis e reformas, o superávit registrado e o PIB acima das expectativas, mas é o preço dos combustíveis, das contas e, sobretudo, dos alimentos que pesou na avaliação.
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A pesquisa também indica uma piora na expectativa sobre o futuro econômico. Em seu terceiro mandato, Lula sabe que o resultado da economia será fundamental para a sua reeleição ou sucessão, assim como furar a bolha dos evangélicos, majoritariamente bolsonaristas. Ou seja, o quadro para o Palácio do Planalto é de alerta, que acendeu o alerta vermelho em seu pior diagnóstico em governos lulistas desde o mensalão.