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As apostas pragmáticas do PT – Análise

Diante das dificuldades que o PT encontra para construir candidaturas competitivas nas capitais, o partido optou pelo pragmatismo em São Paulo

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Diante das dificuldades que o PT encontra para construir candidaturas competitivas nas capitais, o partido optou pelo pragmatismo em São Paulo (SP), onde indicou a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) como vice do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). A legenda também poderá fazer o mesmo no Rio de Janeiro (RJ) e em Recife (PE).

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Em SP, se Boulos vencer a eleição, o PT deve exercer uma grande influência sobre a futura administração, ocupando secretarias relevantes, além de ter a vice – Marta Suplicy – com protagonismo. Controlando a Prefeitura da capital juntamente com o PSOL e aliados, o PT trabalha para impor obstáculos ao projeto político do governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que poderá ser uma candidatura à reeleição ao Palácio dos Bandeirantes ou a disputa ao Palácio do Planalto como opção campo bolsonarista.

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Marta Suplicy e Lula – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

No Rio, a aposta pragmática do PT também olha para além das eleições municipais de outubro. Os petistas trabalham para indicar o vice que irá compor a chapa do prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), que buscará um novo mandato. Se reeleito, Paes será um potencial candidato a governador em 2026. Para ser candidato ao Palácio Guanabara teria que renunciar ao mandato em abril de 2026. Assim, se o vice for do PT, os petistas herdariam a prefeitura da capital no reduto político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, uma aliança com o PSD do Rio poderia ser reeditada em 2026 no plano estadual, trazendo repercussões importantes sobre o tabuleiro político nacional.

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Eleições municipais

Em Recife, após ser adversário do prefeito João Campos (PSB) nas eleições municipais de 2020, quando lançou a então deputada federal Marília Arraes, o PT também quer indicar o vice de Campos. O cálculo político é similar ao que envolve o Rio. Caso seja reeleito em outubro, João Campos despontará como um potencial candidato a governador de Pernambuco (PE), tendo que renunciar ao cargo em abril de 2026. Neste caso, quem assumiria o comando de Recife seria o vice, que poderá ser do PT.

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Foto: Antônio Augusto/ Ascom-TSE

Outro aspecto a ser observado é que ampliando laços com João Campos, o PT fortalece a aliança com o PSB, já que o diretório de Pernambuco exerce forte influência nos rumos do PSB nacional.

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Movimento do partido do PT

Estas apostas pragmáticas do PT fazem parte do movimento do partido em construir uma maioria política em meio a correlação de forças adversas. Apesar do presidente Lula (PT) ter sido eleito em 2022, os partidos de centro-direita elegeram a maioria dos deputados federais e estaduais, senadores e governadores. Portanto, indicando que a correlação de forças continua impondo desafios ao campo progressista.

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Assim, Lula e o PT ainda necessitam construir uma maioria sólida que dê sustentação política. E a construção dessa frente passa, em alguns casos, como em São Paulo, no Rio de Janeiro e Recife, em ceder espaços para aliados em favor de um projeto de longo prazo.

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