Apesar das críticas de alguns setores da economia, o coordenador do grupo de trabalho que discute a reforma tributária na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), afirmou que será possível construir o apoio necessário para aprovar a PEC com mais de 400 votos.
Admitiu, contudo, que a votação pode ser na segunda semana de julho. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer votar a reforma na primeira semana do mês. “Eu acho que a gente vai construir na próxima semana, no mais tardar na outra, o conjunto de votos necessários para aprovação da reforma tributária”, afirmou.
Reginaldo Lopes participou de audiência para discutir os impactos do texto na indústria, no comércio e nos serviços. Presidentes de bancos defenderam ontem a reforma tributária, classificada por eles como uma “oportunidade única” para o Brasil.
O executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior afirmou que o país tem condições de entrar no radar do capital financeiro global, se conseguir avançar com medidas importantes como a reforma tributária, o arcabouço fiscal e a redução dos juros.
O presidente do Itaú, Milton Maluhy Filho endossou o discurso do concorrente e também defendeu a aprovação da reforma tributária no Congresso. “O país está passando por uma oportunidade única e a gente tem que aproveitar essa oportunidade. Essas janelas não aparecem todos os dias”, afirmou.
Veto de Lira
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), vetou o pedido dos governadores de assumirem a administração do Simples Nacional. Disse a eles que tentativas de mexer no regime especial de tributação podem ameaçar a viabilidade da reforma tributária.
O recado foi dado diretamente aos governadores, em reunião a portas fechada na última quinta-feira. No mesmo dia, à noite, o relator da reforma, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), admitiria que não havia espaço para avançar nessa frente. “É o mesmo que dar um tiro na testa da reforma. Esqueçam isso, não tem nem possibilidade de a gente tratar desse assunto porque é um tema muito sensível”, disse Lira, aos governadores. “Essa inovação a gente já descarta por aqui”, conforme publicou o jornal Estadão.