O Supremo Tribunal Federal formou maioria para tornar réus mais 200 denunciados por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro. O julgamento ocorre em plenário virtual e vai até as 23h59 de terça-feira da próxima semana, 2 de maio. Os ministros Dias Toffoli, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso acompanharam o relator, ministro Alexandre de Moraes.
Ainda faltam votar os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Gilmar Mendes e Rosa Weber, presidente da Corte. O STF tem um ministro a menos em sua composição, com a aposentadoria de Ricardo Lewandowski. Seu substituto ainda não foi escolhido por Lula – e o nome precisa ser aprovado pelo Senado, antes que tome posse na Corte.
As denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República atingem aqueles que participaram da depredação dos prédios sede dos Três Poderes e também aqueles que são considerados autores intelectuais da tentativa de golpe ou financiaram a viagem dos manifestantes a Brasília.
Mudança no GSI
Lula deverá nomear o general Marcos Antonio Amaro para chefiar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), conforme informou durante reunião com ministros ontem pela manhã. O general tem relação próxima com a ex-presidente Dilma Rousseff.
Ele ocupou a Secretaria de Segurança Presidencial em 2010 — função que manteve por cinco anos. O general ainda participou do processo de criação da Casa Militar, em 2015, sendo nomeado seu chefe por Dilma.
Deixou o cargo após o processo de impeachment contra a presidente. Lula esteve com Amaro na última quinta-feira (20), pouco antes de embarcar para a Europa. Enquanto isso, prossegue o processo de exonerações no GSI. O ministro interino, Ricardo Cappelli, exonerou ontem mais 58 servidores.
No dia anterior, outras 29 pessoas, entre elas três secretários nacionais, já haviam sido afastados. O Palácio avalia se haverá uma terceira rodada de demissões. Desde a saída do general Gonçalvez Dias do comando do GSI, 87 servidores já foram afastados.