Numa entrevista em Davos, na Suíça, onde teve início nesta segunda (16) o Fórum Econômico Mundial, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que, se depender do governo, a reforma tributária será votada ainda neste semestre. O ministro disse que já há “muita maturidade” no debate sobre a necessidade de mudanças nas regras tributárias entre os integrantes do Congresso.
“Nós queremos aprovar a reforma tributária. Ela é essencial para buscar a justiça tributária e para reindustrializar o país, porque é a indústria que paga hoje quase um terço dos tributos no Brasil e responde por 10% da produção. Então, existe um desequilíbrio muito grande em relação à indústria”, disse Haddad.
Fernando Haddad lembrou que há duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs), em tramitação no Legislativo: uma no Senado e outra na Câmara. Ambas vêm sendo discutidas e a meta é chegar a um “texto de consenso”.
“A discussão já aconteceu, tem muito debate que já se realizou, duas propostas que estão chamando a atenção dos parlamentares, e nós entendemos que o caminho é chegar a um texto de consenso. E, se depender do governo, nós vamos votar no primeiro semestre a reforma tributária”, afirmou.
As duas PECs citadas por Haddad têm o objetivo de simplificar a cobrança de impostos no país. Além da reforma tributária, o ministro disse que é necessário melhorar o acesso ao crédito e diminuir o número de endividados no país.
Em reunião com a diretoria da Fiesp ontem, o vice-presidente e ministro da Indústria e do Comércio, Geraldo Alckmin, afirmou que uma das metas da reforma tributária pretendida pelo governo é acabar com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O ministro da Fazenda observou que a medida é “justamente para sinalizar para a indústria que nós queremos aprovar a reforma tributária”.