O Brasilianista Alexandre Padilha vai comandar a Secretaria de Relações Institucionais, cargo que já ocupou no primeiro mandato de Lula, conforme decisão do presidente eleito. Há expectativa de que esse seja um dos nomes anunciados no pronunciamento de Lula, previsto para hoje.
Padilha é hoje um dos nomes mais próximos do presidente eleito. Segundo aliados, o desenho que vai se definindo da Esplanada mostra o tamanho da influência de Padilha. Além de ser indicado para relações institucionais, Padilha também deve conseguir emplacar o nome de Nísia Trindade para o Ministério da Saúde, pasta da qual ele já foi gestor durante o governo de Dilma Rousseff.
A dez dias de tomar posse, Lula anunciará hoje as primeiras mulheres que farão parte da Esplanada. Gleisi Hoffmann, tentou convencer Simone Tebet (MDB) a aceitar a pasta de Agricultura ou de Meio Ambiente. Ela não concordou e disse preferir ficar fora do governo a ganhar prêmio de consolação.
O Meio Ambiente ficará com Marina Silva, que já foi ministra da pasta no primeiro mandato de Lula. A ativista Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, será ministra da Igualdade Racial. A pasta das Mulheres deve ficar com a professora Maria Helena Guarezi, que foi diretora de Itaipu quando a futura primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, trabalhou na empresa.
A cantora Margareth Menezes será confirmada na Cultura e a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), deve ir para Ciência e Tecnologia. O Ministério da Saúde, que era cobiçado pelo PP será comandada pela presidente da Fiocruz, Nísia Trindade.
Ex-ministra do Planejamento, Miriam Belchior vai ser secretária-executiva da Casa Civil, pasta que será comandada pelo ex-governador da Bahia, Rui Costa. Miriam Belchior participou da formulação do plano de governo e integra o grupo responsável pela área de infraestrutura e também exerce a função de assessora especial da transição. Seu nome esteve falado para comandar um ministério da área de infraestrutura.
Dos 37 ministérios da Esplanada, aproximadamente 24% terão mulheres no comando. Os futuros ministros foram chamados ontem para conversas individuais com Lula no hotel onde ele tem despachado, em Brasília. Na listava estava o ex-governador Márcio França, que queria Cidades. Perdeu a disputa para o Centrão e passou a ser cotado para assumir a área de Portos, que será desmembrada do atual Ministério da Infraestrutura.
Nomes do BNDES
O futuro presidente do BNDES, Aluízio Mercadante, disse ontem que o perfil da nova diretoria da instituição mostra que o governo Lula não quer trazer de volta um BNDES do passado, “mas sim construir o BNDES do futuro”. Nesse sentido, as prioridades do novo BNDES serão as micro e pequenas empresas e a economia verde, disse. Mercadante anunciou os nomes dos sete diretores o banco, que terá dois ex-ministros: Nelson Barbosa (ex-Fazenda), para a diretoria de planejamento, e Tereza Campello (ex-Desenvolvimento Social), para a área social.
Mais cinco nomes foram divulgados para compor a diretoria: Alexandre Abreu, ex-presidente do Banco do Brasil e do Banco Original, como diretor financeiro; José Luis Gordon, ex-presidente da Embrapii, ficará com a diretoria de inovações. A área de mercado de capitais será chefiada pela atual presidente do Standard Bank Brasil, Natalia Dias.
A presidente da subsidiária do banco de investimentos francês Natixis, Luciana Costa, será a diretora da área de economia verde e o ex-conselheiro da Petrobras, Luiz Navarro de Britto, ainda sem função sobre qual área vai atuar.