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As armas da oposição contra Bolsonaro no período eleitoral – Análise

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A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o estado de emergência no país em decorrência do aumento expressivo do preço dos combustíveis e concede diversos auxílios sociais é a grande cartada do presidente Jair Bolsonaro (PL) para impulsionar seu projeto de reeleição. Contudo, por mais que tais medidas estejam em vigor nesses meses que antecedem o pleito – e vivas na memória dos beneficiários –, sua eficácia eleitoral é incerta.

Mas, caso a PEC realmente reduza os índices de rejeição do presidente e aumente sua popularidade, a oposição será forçada a um contra-ataque eficiente na guerra da comunicação para conter esse eventual avanço de Bolsonaro. Para isso, o PT e demais opositores do presidente precisarão lançar mão de algumas armas que já deverão estar a seu dispor durante o período eleitoral.

Uma delas é a possibilidade de instalação da CPI do MEC para investigar a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro. Até então, Bolsonaro sempre se jactou de não haver corrupção em seu governo. Se acrescida paralelamente de uma CPI, a investigação já em curso no âmbito da Justiça demandaria grande esforço do governo para rebater acusações.

A exploração do tema durante o período eleitoral – com possibilidade de surgirem fatos novos – pode implodir a narrativa presidencial e prejudicar sensivelmente a campanha. Essa questão também cria ruídos em outro flanco caro ao bolsonarismo: a ala religiosa. O envolvimento de pastores evangélicos no esquema de corrupção no MEC pode se refletir em perda de apoio nesse segmento.

A oposição pode ainda atacar o projeto de reeleição de Bolsonaro com a instalação de outra CPI, a que diz respeito a problemas na Amazônia, como desmatamento ilegal, aumento de queimadas e atuação do crime organizado na região. O recente assassinato dos ambientalistas Bruno Pereira e Dom Philips impulsionam as investigações. A questão ambiental é uma das grandes dores de cabeça do governo, especialmente no cenário internacional.

As denúncias de assédio sexual por parte do ex-presidente da Caixa Econômica Pedro Guimarães também oferecem munição robusta para os opositores. Próximo de Bolsonaro, Guimarães vê uma série de fatos negativos sobre sua vida serem revelados. Inquérito sobre o caso está em andamento e o surgimento de fato novo pode criar embaraços para o governo.

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