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Tempestade perfeita – Análise

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Um conjunto de notícias negativas tem dificultado a recuperação da popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) e, consequentemente, dos seus índices de intenção de voto. A média de intenção de voto do ex-presidente Lula (PT) entre novembro de 2021 e junho deste ano subiu de 41,68% para 44,48%. Ou seja, as pesquisas mostram o ex-presidente consolidado em patamar elevado e com leve crescimento. Enquanto isso, Bolsonaro passou de 26,14% para 33,18%. A consolidação de votos no presidente é alta e subiu no período, mas sem reduzir sobremaneira a vantagem de Lula.

A economia ainda sofre as consequências da pandemia de covid-19. A guerra entre Rússia e Ucrânia também dificulta a recuperação econômica, com efeitos variados no Brasil, como alta de preços de alimentos e combustíveis. O preço da energia também subiu. E, na semana passada, a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro colocou em xeque a questão ética no governo, fator que impulsionou a campanha de Bolsonaro em 2018 na esteira da Operação Lava-Jato.

Uma das apostas do governo para reverter o quadro desfavorável é na ampliação de benefícios sociais. A perspectiva de avanço é boa. O projeto incluirá reajuste do Auxílio Brasil para R$ 600, incremento do auxílio-gás, voucher-caminhoneiro, subsídio para o transporte público e tratamento diferenciado para o etanol em relação aos demais combustíveis. O impacto total estimado é calculado em cerca de R$ 35 bilhões.

Potencialmente, as medidas podem provocar alteração nos resultados das pesquisas de intenção de voto. Como esses programas sociais atingem mais eleitores da Região Nordeste, onde o ex-presidente Lula apresenta a maior vantagem sobre Bolsonaro (em torno de 55% a 25%), a expectativa é de que a distância entre os dois candidatos possa se reduzir nas pesquisas.

Por conta de limitações impostas pela legislação eleitoral e do recesso no Congresso Nacional em período eleitoral, ao que tudo indica esse pacote que está sendo discutido no Congresso é a principal medida que o governo tem hoje para tentar recuperar a popularidade do presidente. Fora isso, Bolsonaro fica à mercê da economia, de um discurso de campanha bem calibrado e de erros dos adversários.

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