O governo reforçou a ofensiva para tentar impedir a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Ministério da Economia (MEC) ou diminuir o seu efeito, tendo em vista que a oposição alcançou o número de assinaturas necessárias para a instalação da CPI do MEC. A estratégia é pedir que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, instale primeiro CPIs que investigam ações de governos anteriores.
Isso porque cada senador só pode ocupar duas CPIs em simultâneo, o que limita a capacidade dos senadores da oposição articularem, ao mesmo tempo, ofensiva e defesa.
O líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ) , apresentou um ofício pedindo que Rodrigo Pacheco dê preferência para a instalação da CPI das Obras Inacabadas. A proposta é que sejam investigadas possíveis irregularidades na execução de obras de infraestrutura entre 2006 e 2018. Portinho chega a citar, no documento, a decisão do STF que garantiu a instalação da CPI da Covid. “Decidiu-se que sendo preenchidos os requisitos que a Constituição estabelece as CPIs devem ser instaladas, não cabendo, portanto, possibilidade de omissão ou análise de conveniência política por parte da Presidência da Casa Legislativa”, disse Portinho.
Já o senador Plínio Valério (PSDB-AM), pede preferência para a CPI das ONGs, que investigaria a liberação de recursos públicos para organizações fraudulentas de 2002 a 2019.
Caso a CPI que pretende investigar a corrupção do MEC seja instalada, o presidente Jair Bolsonaro pode enfrentar problemas para concretizar a sua reeleição, que tem sido o pré candidato com o maior índice de rejeição nas pesquisas de intenção de voto.