A Comissão Externa Temporária criada para investigar o desaparecimento e morte do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo e o aumento da criminalidade e de atentados na Região Norte do país se reúne-se nesta segunda-feira (20), às 11 para escolher presidente, vice-presidente e o relator e apresentar e definir o seu plano de trabalho.
Dom Philips, correspondente do jornal britânico The Guardian, e Bruno Araújo Pereira, servidor licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai), desapareceram no dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, no Amazonas. Os seus corpos foram encontrados na quarta-feira (15) e identificados por perícia nos dias seguintes. Três suspeitos de cometer os crimes haviam sido presos até o domingo (19).
O pedido de criação da Comissão, feito pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi aprovado pelo Plenário. “Na reunião, teremos definição logística e estrutural da viagem ao interior do Amazonas e também um encaminhamento mais completo sobre como a comissão atuará durante os próximos dois meses”, explicou Randolfe, por meio de sua assessoria.
A intenção é investigar também o aumento dos casos de violência na Amazônia e omissões na proteção de ativistas ambientais. “Não podemos permitir a continuação desses ataques a comunidades tradicionais e defensores da preservação da floresta”, disse.
Além de Randolfe Rodrigues e Nelsinho Trad (PSD-MS), confirmaram que farão parte da Comissão os senadores Telmário Mota (Pros-RR), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Velloso (União-AC).
A Polícia Federal identificou neste domingo (19) mais cinco pessoas que teriam participado do assassinato do indigenista e do repórter britânico, na região do Vale do Javari, no Amazonas. Segundo a PF, elas teriam ajudado a ocultar os corpos. “As investigações prosseguem para esclarecer todas as circunstâncias, os motivos e os envolvidos no caso”, diz o comunicado divulgado pela corporação. A PF não informou a identidade dos suspeitos.
Três pescadores foram presos na investigação. São eles: Amarildo da Costa Oliveira, o “Pelado”, que confessou o crime e indicou o local onde os corpos foram enterrados; o irmão dele, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”; e Jeferson da Silva Lima, conhecido “Pelado da Dinha”, que se entregou na Delegacia de Atalaia do Norte.