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O momento da sucessão – Análise

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A sucessão presidencial vive uma nova configuração no tabuleiro da terceira via, após o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) desistir de sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. Como consequência, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) desponta como a pré-candidata natural desse campo.

As pesquisas de intenção de voto divulgadas na semana passada – Futura, Datafolha e Ipespe – convergem, mesmo com algumas diferenças de percentuais entre os institutos, no seguinte diagnóstico: a sucessão está hoje fortemente polarizada entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nos cenários estimulados, Lula e Bolsonaro concentram mais de 70% das intenções de voto – Lula acima dos 40% e Bolsonaro com percentuais em torno de 30%. A sedimentação da polarização também é observada na simulação espontânea, na qual Lula e Bolsonaro também concentram cerca de 70%. Dada essa convergência entre as simulações estimulada e espontânea, podemos, neste momento, dizer que o mercado eleitoral antecipou sua decisão de voto.

Como consequência da consolidação da polarização, dois fatores merecem ser observados nos próximos meses. O primeiro envolve o desempenho de Simone Tebet. A senadora conseguirá apresentar um desempenho nas pesquisas superior ao que era registrado por Doria (em torno de 5%)?

A segunda variável importante envolve o aumento da pressão que o PT deve fazer em favor de uma desistência do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) da disputa. Como Lula aparece hoje com cerca de 48% das intenções de voto, o que matematicamente abre espaço para uma vitória em primeiro turno – embora esse não seja o cenário-base –, e parte dos eleitores de Ciro tem o ex-presidente como segunda opção de voto, o PT aposta que, sem Ciro no jogo, Lula poderia vencer no primeiro turno.

Em relação ao desempenho de Simone Tebet, a senadora tem potencial para crescer a partir de sua exposição como pré-candidata. Porém, no curto prazo, esse crescimento não deve superar, por exemplo, os 5%. Ciro Gomes, por outro lado, não deve atingir mais de 10%. No entanto, dada a fragilidade da terceira via, Ciro se transformou em uma peça estratégica no tabuleiro da sucessão.

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